O centro de treinamento focado em dispositivos móveis, Quaddro, promoveu uma enquete de múltipla escolha com pessoas que trabalham no mercado de desenvolvimento de aplicativos. Apesar de não representar o mercado nacional, já que 169 pessoas responderam, a pesquisa aponta para alguns dados que vão do senso comum a algumas surpresas: esses profissionais são do sexo masculino (92%), trabalham em São Paulo (72%); são pessoas que já estavam no mercado da programação antes de irem para os apps (57%); estão há menos de um ano como desenvolvedores de aplicativos (44%); podem receber salários maior do que R$ 8 mil (22%); e têm a Swift como sua linguagem de programação preferida (67%).

No entanto, a pesquisa aponta para duas questões que parecem estar fora dos estereótipos: 43% dos desenvolvedores de apps têm mais de 31 anos, o que deixa a entender que não se trata de um meio exclusivo da garotada, e 76% das pessoas são remuneradas com um salário fixo. Ou seja, estão em regime CLT.

“O profissional com mais bagagem se faz necessário dentro dos projetos voltados para apps. Por isso a maioria tem mais de 31 anos e é esse que ganha mais de R$ 8 mil. Além do mais, a curva de experiência desse profissional é muito mais acentuada do que nas outras profissões. A partir do que vemos aqui no curso, em um ano, muitos de nossos alunos já alcançam o salário de alguém sênior”, analisa Gustavo Torrente, S&M Manager da Quaddro.

Se 22% desses profissionais recebem mais de R$8 mil mensais, vale destacar que os salários caem drasticamente nas camadas seguintes. Apenas 4% ganham entre R$ 7.001 e R$ 8 mil; 2% recebem entre R$ 6.001 e R$ 7 mil; 5% estão na faixa salarial de R$ 5.001 a R$ 6 mil; 14% ganham entre R$ 4.001 e R$ 5 mil; 15% estão na faixa entre R$ 3.001 e R$ 4 mil; e 21% dos entrevistados recebem de R$ 2.001 a R$ 3 mil.

Quanto à forma de remuneração, Torrente acredita que as start-ups são as principais fontes de emprego para essas pessoas. Como são mão de obra necessária para os seus propósitos, essas empresas contratam os profissionais no lugar de deixá-los como terceirizados. “As agências, cujo foco não são os aplicativos, chamam um profissional especializado para participar em um projeto específico. Ele vai ganhar por hora ou por entrega”, explica o S&M Manager da Quaddro.

Outro dado da enquete mostra uma tendência clássica entre os desenvolvedores de apps: 75% não possuem um negócio próprio, no entanto, 81% pretendem montar uma empresa nos próximos anos.

“O mobile está em alta entre os profissionais de TI. Vemos que muitos dos nossos alunos já trabalham nesse universo e querem se especializar por alguns motivos: ou porque ele está estagnado na empresa onde trabalha, mas o time mobile está crescendo e ele quer fazer parte dele; ou são profissionais que vieram de outras áreas e querem entrar no mundo da mobilidade. A pesquisa também viu isso”, diz Torrente.

Metodologia

A ideia da enquete era traçar um perfil dos desenvolvedores de aplicativos, apontar indícios sobre temas como remuneração e idade, por exemplo. Os alvos foram alunos (que já estão inseridos no mercado), ex-alunos e desenvolvedores móveis, encontrados em grupos especializados de discussão no Facebook, Slack, além de organizações e empresas. Ao todo, cerca de 15-16 mil pessoas foram alcançadas com o disparo da pesquisa de múltipla escolha, no entanto, cerca de  1% respondeu às perguntas, totalizando 169 pessoas. É possível acessar toda a pesquisa aqui.