Os CEOs do setor de tecnologia, mídia e telecomunicações (TMT) do Brasil são mais otimistas que a média mundial quanto ao crescimento de sua receita no curto e médio prazo, indica a 25ª edição da pesquisa CEO Survey, realizada pela PwC com 4.446 CEOs do mundo inteiro, sendo 154 brasileiros, dos quais 30 do setor de TMT, com entrevistas realizadas entre outubro e novembro do ano passado.

67% dos CEOs de TMT do Brasil estão extremamente ou muito confiantes com o aumento de suas receitas nos próximos 12 meses, ante 63% dos CEOs brasileiros em geral e 56% dos executivos no mundo que participaram da pesquisa.

O otimismo é ainda maior quando se pergunta sobre a confiança no aumento da receita dentro de três anos. Neste caso, 83% dos CEOs de TMT do Brasil estão extremamente ou muito confiantes, ante 73% dos CEOs nacionais e 64% dos CEOs no mundo todo.

“A indústria de TMT fomenta disrupção e crescimento de outras indústrias. Além disso, tem uma capacidade maior de se reinventar, tomar decisões, corrigir os rumos de seus negócios. Essa é uma indústria que transformou dificuldades da pandemia em oportunidades. E o 5G será um vetor de transformação global, de disrupção e geração de novos negócios”, analisa Ricardo Queiroz, sócio e líder do setor de tecnologia, mídia e telecomunicações da PwC Brasil, em coletiva com a imprensa nesta segunda-feira, 31.

Crescimento global

Os CEOs brasileiros de TMT também são mais otimistas quanto ao crescimento global. 83% apostam que a economia mundial vai acelerar em 2022, enquanto 7% preveem que ficará estabilizada e 10%, que vai cair. Entre todos os CEOs entrevistados no Brasil, 77% apostam em uma aceleração da economia global, mesma proporção verificada no resto dos entrevistados ao redor do mundo.

Preocupação com cenário nacional

Por outro lado, quando perguntados sobre as perspectivas de crescimento do PIB de seus próprios países em 2022, os brasileiros estão menos otimistas que a média mundial. Enquanto 75% dos CEOs do mundo projetam uma aceleração das economias de seus respectivos países, o mesmo vale para 55% dos CEOs brasileiros. Entre os CEOs de TMT do Brasil, 60% esperam um crescimento do PIB nacional neste ano.

Ricardo Queiroz, da PwC: “O ano de eleição afeta o Brasil, ainda mais com esse cenário político de alta polarização e instabilidade”

“O ano de eleição afeta o Brasil, ainda mais com esse cenário político de alta polarização e instabilidade. As incertezas em relação ao desfecho político geram uma percepção de instabilidade maior do que comparado com o resto do mundo”, explica Queiroz.

Por sinal, 69% dos CEOs brasileiros e 60% daqueles de TMT no País se dizem preocupados ou extremamente preocupados com a instabilidade macroeconômica. Trata-se do risco mais temido pelos entrevistados, dentre os listados pela pesquisa. Em seguida vêm os riscos cibernéticos, que geram preocupação ou extrema preocupação entre 50% dos CEOs brasileiros – o mesmo percentual foi registrado entre os executivos de TMT. Desigualdade social, riscos à saúde, mudanças climáticas e conflitos geopolíticos preocupam menos da metade dos CEOs nacionais neste momento.