Rui Agapito - GfK

O segmento de telefonia representou 38% da receita do mercado brasileiro de eletroeletrônicos no primeiro semestre de 2019, um crescimento de 1 ponto percentual em relação ao ano anterior. A informação foi divulgada pela GfK na última terça-feira, 30, durante a feira Eletrolarshow, em São Paulo.

De acordo com Rui Agapito, diretor de insights de mercado da empresa de pesquisa, os smartphones são os que mais puxaram para cima a divisão de telecomunicações. Com isso, telefonia liderou a receita do setor, ficando à frente de linha branca (28%) e televisores (18%).

Ao todo, a receita com eletroeletrônicos no trimestre foi de R$ 56,1 bilhões, aumento de 8% ante R$ 52 bilhões de um ano antes. Considerando o percentual apresentado pela GfK, o setor de telefonia faturou R$ 21,2 bilhões, crescimento de aproximadamente 8%.

O executivo da GfK acredita que isso demonstra uma “leve retomada” do comércio em produtos de telefonia, mas que é importante observar os movimentos dos próximos meses para confirmar se este crescimento durará. Vale lembrar, a GfK considera apenas as receitas de venda para o consumidor final.

Comércio

Durante sua passagem na feira, Agapito também apresentou como estão as compras dos consumidores por tipos de comércios e datas comerciais. Na média, as compras de dispositivos de telefonia ainda são feitas em sua grande maioria no varejo de rua (80%), enquanto as vendas online respondem por 20%.

Por outro lado, o estudo revelou que os usuários que compram online gastam mais do que aqueles que compram em lojas de rua. Se o mercado de telefonia cresceu 8% entre um ano e outro, quando separado apenas os dispositivos acima de R$ 2 mil comprados online, o incremento foi de 47%.

‘Premiumnização’

Para Agapito, o crescimento das vendas dos smartphones no segmento online reflete três fatores: melhoria na performance e na tecnologia (“premiumnização”); busca por mais opções; e preço. Para corroborar com seus apontamentos, o diretor da GfK afirmou que o comércio de smartphones mais robustos cresceu 121% entre o primeiro semestre de 2018 e o mesmo período de 2019.

“O crescimento de 8% deu-se pela premiumnização na categoria de smartphones. O consumidor começa a procurar por produtos com telas maiores, acima de 5,5 polegadas, e com mais espaço de memória, acima de 64 GB”, disse Agapito. “Isso é mais notório no comércio online, com o crescimento de 47% nos smartphones acima de R$ 2 mil”.

A análise da GfK ainda demonstrou o avanço das tecnologias mais robustas no percentual total de vendas. Em telas, a participação de smartphones com displays de 5,6 polegadas saltou de 12% para 76% na comparação ano a ano; e em armazenamento, a proporção dos dispositivos com 64 GB passou de 24% para 44%.

Preço

Com relação aos preços dos dispositivos, os consumidores estão dispostos a pagarem mais e, com isso, subir para as categorias mais caras de smartphones. Os handsets do mid-high (R$ 1,3 mil a R$ 1,9 mil) passaram de 13% para 21% do total comercializado. As vendas dos dispositivos da categoria high-end (acima de R$ 3,2 mil), saíram de 8% no primeiro semestre de 2018 para 12% um ano depois.

Mantiveram o patamar de vendas os handsets intermediários (de R$ 799 a R$ 1,2 mil), com 36%, e o handsets premium (de R$ 2 mil a R$ 3,1 mil), com 11%. E o percentual de dispositivos de entrada (até R$ 799) comercializados diminuiu de 32% para 20%, na comparação ano a ano.

Com o resultado, o tíquete médio dos handsets subiu de R$ 950 para R$ 1,1 mil entre um semestre e outro.