Comissões dos parlamentos do Canadá e do Reino Unido uniram forças e, juntas, convocaram Mark Zuckerberg para depor sobre o caso Cambridge Analytica. Em carta enviada nesta quarta-feira, 31, ao fundador do Facebook, os presidentes do comitê Digital, Cultura, Mídia e Esporte (DCMS, na sigla em inglês) do Reino Unido e do Comitê Permanente canadense sobre Acesso à Informação, Privacidade e Ética (SCAIPE), Damian Collins e Bob Zimmer, respectivamente, escrevem que pretendem realizar uma audiência parlamentar incomum, em conjunto, no Parlamento de Westminster, em 27 de novembro – para a audiência, que os organizadores apelidaram de “grande comitê internacional de desinformação e notícias falsas”, numa tentativa de pressionar o CEO da rede social a comparecer diante do parlamento. A ideia é forçar o executivo a falar. A notícia saiu em meios de comunicação como The Guardian e Tech Crunch.

Os comitês estão investigando o impacto da desinformação online sobre processos democráticos e querem que Zuckerberg responda a perguntas relacionadas ao escândalo de uso indevido de dados de usuários do Cambridge Analytica-Facebook, que ambos vêm investigando este ano.

Ambas as comissões dizem que estarão emitindo seus relatórios finais sobre desinformação online até o final de dezembro.

O comitê do DCMS já divulgou um relatório preliminar após uma série de audiências com representantes da empresa e especialistas em dados, nas quais pediu ação urgente do governo para combater a desinformação online e defender a democracia – incluindo sugerir uma taxa sobre plataformas de mídia social para financiar programas educacionais em alfabetização digital.

O interesse do Canadá sobre o dano democrático causado pelas chamadas “fake news” está ligado ao fato de a AggregateIQ – empresa de dados ligada à Cambridge Analytica, como um de seus manipuladores de dados e desenvolvedores de sistemas – ser canadense.

O comitê do DCMS tentou e fracassou repetidamente em levar para depor o CEO do Facebook. Em vez disso, a empresa enviou um número de funcionários menos experientes, culminando com seu CTO, Mike Schroepfer, que passou cerca de cinco horas em sabatina por membros do comitê visivelmente irados, e sem as respostas que gostariam de ter.

Na carta da convocação da audiência, Collins pediu para o Facebook confirmar até 7 de novembro se Zuckerberg iria participar. Um porta-voz da rede social disse: “Recebemos a carta do comitê e responderemos ao Sr. Collins até o prazo final”.