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Transporte individual: Prefeitura do Rio vai liberar código-fonte de app de táxi para outras cidades

A prefeitura do Rio de Janeiro vai liberar o código-fonte do aplicativo Taxi.Rio para quaisquer outras cidades que quiserem criar seu próprio app de táxi. Esta é uma decisão do prefeito Marcelo Crivella, informa o presidente da empresa municipal de informática, IplanRio, Fábio Pimentel. Segundo o executivo, 14 cidades já demonstraram interesse no projeto, dentre as quais as capitais São Paulo, Curitiba, Campinas, Recife e Aracaju e os municípios de Campos dos Goytacazes/RJ e Erechim/RS.

O Taxi.Rio é um app para conectar passageiros e motoristas de táxi. A diferença para os concorrentes privados, como Easy e 99, está no fato de não cobrar do motorista pela geração de corridas, além de oferecer notificações de interesse dos taxistas, avisando, por exemplo, quando acontecem grandes eventos na cidade que demandem o serviço de táxi. O app permite que o motorista escolha livremente quanto quer dar de desconto. Além disso, contará com seu próprio gateway de pagamento, que está em desenvolvimento pela IplanRio, responsável técnica pelo projeto.

O Táxi.Rio passou por dois meses de teste piloto com 500 pessoas, entre taxistas e passageiros. Na semana passada, seu cadastrao foi oficialmente aberto para motoristas. O lançamento comercial está previsto para setembro. O Rio de Janeiro tem hoje 37 mil taxistas regularizados.

Case inédito

Antes de iniciar a criação do app, a IplanRio pesquisou 27 aplicativos de táxi do mundo inteiro. “Não encontramos nenhuma outra cidade que tenha feito um app por conta própria, como iniciativa pública”, relata Pimentel.

Hoje, apps de táxi cobram do motorista uma taxa sobre o valor da corrida. Se prefeituras diversas lançarem apps próprios e gratuitos (ou com taxas muito abaixo das praticadas pelo mercado), isso pode gerar um impacto significativo sobre a operação dos apps privados. Na opinião do presidente da IplanRio, esses aplicativos privados vão precisar reinventar o seu modelo de negócios.

Vale lembrar o exemplo do Taxibeat, que chegou a fazer sucesso no Rio de Janeiro e em São Paulo como um dos pioneiros do mercado de apps de táxi alguns anos atrás. O Taxibeat cobrava R$ 2 por corrida e não contava com um sistema de pagamento in-app. O Easy seguia o mesmo modelo. Mas aí veio o 99 e ofereceu para os motoristas isenção de cobrança de um valor fixo por corrida, passando a ficar com um percentual sobre os pagamentos feitos in-app. O Easy imediatamente reagiu suspendendo também a cobrança de R$ 2. O Taxibeat não desenvolveu outra fonte de receita, manteve a cobrança de R$ 2 e acabou sendo abandonado pelos motoristas, o que o obrigou a fechar as portas no Brasil.

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Propriedade intelectual: Presidente dos EUA perde marca “iTrump” para desenvolvedor de app

Donald Trump perdeu uma batalha judicial pelo direito de uso da marca ‘iTrump’. Na disputa, o presidente dos Estados Unidos e dono de uma rede de negócios da construção civil, hospedagem e campos de golfe com seu nome, tentou tirar o direito à patente concedida ao músico e desenvolvedor Tom Scharfeld, informou a revista Fortune.

Scharfeld, quando estudante do MIT em 2010, fundou a empresa Sponjack e criou os aplicativos iTrump (iOS) e iBone (iOS) para a educação dos instrumentos trompete (em inglês “trumpet”) e trombone. Os apps custam US$ 2,99 na App Store funcionam como simulacros dos metais em dispositivos Apple.

Na ação, os advogados acusavam o desenvolvedor de usar o nome “famoso” do presidente e sua reputação construída durante anos. No entanto, Scharfeld manteve sua posição de que a marca estava atrelada ao instrumento e ao ensino musical, não ao sobrenome do bilionário. Além disso, alegou que Donald Trump não estava usando a marca comercialmente. Com essa argumentação, o desenvolvedor derrotou o empresário em primeira instância em 2013. Agora, Scharfeld ganhou do presidente de seu país em última instância. Por não tem mais barreiras legais, pretende focar na divulgação dos aplicativos.

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Balanço financeiro: Oi encerra trimestre com queda nas receitas e aumento no prejuízo

A Oi registrou queda nas receitas e ampliação do prejuízo no balanço financeiro referente ao segundo trimestre deste ano divulgado nesta quarta-feira, 9. Durante o período, a companhia apresentou queda de 10,5% na receita, que totalizou R$ 5,839 bilhões. Considerando o semestre, o recuo foi de 9,6%, total de R$ 11,998 bilhões.

A receita líquida de serviços da Oi Brasil foi de R$ 5,733 bilhões no trimestre, queda de 8,4%, e de R$ 11,742 bilhões nos seis primeiros meses do ano, recuo de 7,8%. A maior fatia da receita foi do segmento residencial, que totalizou R$ 2,227 bilhões (queda de 6%) e R$ 4,581 bilhões (recuo de 2,9%) no trimestre e no semestre, respectivamente. A receita de mobilidade pessoal totalizou R$ 1,814 bilhão nos três meses, retração de 3,1%. No acumulado, foi de R$ 3,704 bilhões, queda de 3,6%.

Segundo a Oi, o desempenho anual é decorrente da combinação de cortes das tarifas reguladas de interconexão e de ligações fixo-móvel, tendência de queda no tráfego de voz fixa, postergação do reajuste anual das faturas de telefonia fixa e mobilidade, e queda nos volumes de recargas do pré-pago e nas receitas do B2B em função da crise na economia e alto índice de desemprego. A companhia destaca que os efeitos foram parcialmente compensados pelo avanço na receita da TV paga.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBTIDA) foi de R$ 1,617 bilhão no trimestre, um aumento de 12,7%. Já o EBTIDA do semestre foi de R$ 3,340 bilhões, avanço de 4,3%. A margem EBTIDA foi de 27,7%, aumento de 5,7 pontos percentuais (p.p.) no trimestre. No semestre foi de 27,8%, crescimento de 2,7 p.p..

A Oi ampliou o prejuízo líquido das operações continuadas no trimestre em mais de quatro vezes, totalizando R$ 3,303 bilhões. No semestre, foi de R$ 3,504 bilhões, um aumento de 32,9%. Isso porque o período do segundo trimestre de 2016 foi reapresentado. A empresa justifica que houve impacto da desvalorização do real frente ao dólar de 4,41% no período. E que o resultado no segundo trimestre foi impactado positivamente pela valorização da moeda brasileira na época.

Durante o trimestre, a Oi destinou R$ 1,229 bilhão em Capex, aumento de 1,1%. No semestre, foram R$ 2,455 bilhões, crescimento de 1,5%. A dívida líquida da companhia cresceu 7,5% e encerrou junho em R$ 44,499 bilhões.

Com tudo isso, o fluxo de caixa operacional de rotina (EBTIDA – Capex) aumentou 62,4% e fechou o segundo trimestre em R$ 372 milhões. Considerando os seis meses, o aumento foi de 17,8%, com total de R$ 837 milhões.

Operacional

A companhia mudou no último trimestre do ano passado os critérios de segmentação de receita e unidades geradoras de receita (UGRs) por considerar que “reflete melhor a forma como os negócios são geridos”. Assim, os valores históricos de receitas e UGRs foram ajustados. Nesse novo critério, a companhia encerrou junho com 63,216 milhões de UGRs, uma queda de 8,6% comparado ao ano anterior. Todos os segmentos caíram.

O residencial mostrou queda de 1,8% e ficou com 16,272 milhões de acessos. O de B2B caiu 2,4% e fechou o mês com 6,501 milhões de linhas. Dentro desse segmento, a Oi contava com 9,657 milhões de linhas fixas (queda de 5,6%); 5,219 milhões de acesso de banda larga fixa (avanço de 1,4%); e 1,396 milhão de acessos em TV paga (aumento de 16,6%). O ARPU residencial recuou 0,6% e ficou em R$ 76,5 em junho.

Ao final do trimestre, a velocidade média da base de banda larga fixa na Oi era de 7,5 Mbps, aumento de 24,1% no comparativo anual. A empresa destaca que houve média maior nas adições brutas (de 9,8 Mbps), e que 38,9% assinaram velocidades a partir de 15 Mbps.

Já a área de mobilidade pessoal apresentou o maior recuo: de 12,2%, total de 39,802 milhões de conexões. Desse total, 32,963 milhões eram de pré-pagos (queda de 13,9%), enquanto 6,839 milhões (recuo de 2,6%) eram pós-pagos. A empresa afirma que o plano Oi Livre passou a representar 55% da base pré-paga (5 p.p. comparado a março deste ano), com ticket médio 20,8% acima dos clientes das demais ofertas no segmento. No pós e controle, 49% da base já eram dos planos Oi Mais e Mais Controle (contra 45% no primeiro trimestre). A tele diz que o ARPU dos clientes do plano Oi Mais era 20% maior do que o de demais planos. No total, o ARPU móvel aumentou 7,4% e fechou junho em R$ 15,4.

A Oi encerrou o trimestre com 3.407 municípios cobertos com 2G; 1.494 municípios com 3G; e 286 cidades com LTE. A empresa diz estar trabalhando em parceria com outras operadoras para compartilhamento da rede 4G (no caso, com a TIM e a Vivo).

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Comércio móvel: Modelo do WeChat não terá o mesmo sucesso no Ocidente, prevê vice-presidente da Adyen

O comércio dentro de uma plataforma de mensagens, modelo que obteve sucesso com o WeChat na China, não deve repetir o mesmo êxito no Ocidente. Isso porque um dos fatores para os bons resultados desse modelo do outro lado do mundo é que o WeChat é uma plataforma dominante, que construiu um padrão de confiança junto ao consumidor local e não enfrenta fortes concorrentes. Esta é a avaliação de Jean Christian Mies, vice-presidente sênior e responsável pela operação da Adyen na América Latina. “O mercado chinês é diferente. Ele é mais fechado. É um cenário com rivais escassos e forte apoio do governo à Tencent e sua aplicação, o WeChat”, afirma Mies. “Em outros mercados, com diversidade de plataformas, não vejo isso acontecer”. Para o executivo, o caminho para as empresas de varejo online no Ocidente continua sendo o comércio móvel tradicional, dentro de aplicativos diversos em smartphones.

Cenário do m-commerce brasileiro

Mies ressalta que as pessoas estão migrando para o mobile, e um dos exemplos está nos números de crescimento de vendas de smartphones no Brasil – aumento de 23% no primeiro trimestre de 2017, segundo a Gfk.

“Dentro de nossos serviços de gateway, um dos exemplos de desenvolvimento na mobilidade é o da 99. O aplicativo aumentou em 5% a taxa de conversão no mobile com a nossa adquirência nos primeiros meses”, cita o country manager. “E temos a Netshoes com 50% do tráfego mobile e 30% de compras via dispositivos móveis. O Brasil tem tudo para se tornar um mercado de pagamentos móveis. São 40 milhões de novos smartphones por ano no País (dados da IDC), somados à vontade do consumidor e a um excelente ecosssistema de pagamentos”, completa.

Adyen no Brasil

Enquanto isso, Adyen cresce no País. De acordo com Mies, a companhia holandesa dobrou de tamanho em 2016 e espera a mesma taxa de crescimento em 2017. Um dos motivos para o sucesso é a constante busca por novos clientes de grande porte nacionais e internacionais que queiram vir ao Brasil, além de possuir 15% de suas transações realizadas por meio de dispositivos móveis.

Um dos principais expoentes para este crescimento é a parceria de adquirência entre a Adyen e a Saraiva, que começou em 2017. Além disso, o gateway holandês está presente na Dafiti, iFood, Magazine Luiza, Uber e Netflix – este último se destaca pelo seu modelo de economia de recorrência.

Novas tecnologias

O vice-presidente de vendas da Adyen na América Latina, Renato Pavelosk Migliacci, frisa que estão abertos para qualquer tipo de tendência que apareça no horizonte, seja por web ou aplicativos nativos. O novo kit de desenvolvedor (SDK) da Adyen suporta aplicativos e sites móveis e oferece integração rápida (em cinco minutos) com apps, customização da plataforma, suporte aos metódos de pagamentos mais recentes, tokenização integrada, acesso às ferramentas de gerenciamento da Adyen e integração entre adquirência (parcelamento, concicliação e antecipação), gerenciamento de riscos e relatórios.

Outra novidade da empresa para o mercado é o lançamento de sua máquina de cartão (POS). Na prática, a Adyen fez o caminho inverso dos concorrentes. Em vez de começar no varejo físico e migrar para o digital, está vindo do digital para o real.

Pagamento digitais e economia da recorrência

Mies cita outras duas tendências dos meios de pagamentos: a economia de recorrência e o pagamento sem uso de moeda física, apenas por meio digital. Ele acredita que, no longo prazo, os meios de pagamentos digitais vão crescer, puxados pelas vendas de smartphones e pela popularização do m-commerce.

Já para a economia recorrente, modelo de negócio que mantém uma frequência de gastos do consumidor com a marca, o VP sênior vê como uma grande oportunidade, em especial para empresas de varejo online. Migliacci exemplifica com empresas como Wine.com.br e PetLove, que entregam produtos como bebidas ou rações para animais domésticos de forma programada para seus clientes, mediante pagamento recorrente, mensal ou anual.

“O ponto principal da economia da recorrência é a comodidade para o cliente. Isso abre novas possibilidades de receita e previsibilidade para um e-commerce”, explica o VP de vendas. “Neste caso, o consumidor não pode entender canais como diferentes tipos de negócios. O objetivo é não ter que acionar o consumidor depois do primeiro acesso. Precisa ser rápido, fácil e simples”.

Forum Mobile+

Mies participará do painel “Segurança X Conveniência em transações financeiras móveis”, que acontecerá durante a 10ª edição do Forum Mobile+, nos dias 4 e 5 de setembro, no hotel Pullman da Vila Olímpia, em São Paulo. O seminário é organizado por Mobile Time e TI Inside. Haverá também paineís sobre o futuro do dinheiro; a transformação da máquina de POS; o mobile como aliado do varejo físico; e o impacto da mobilidade no setor de seguros. Para conhecer a programação completa, acesse www.forummobile.com.br. Ingressos antecipados podem ser adquiridos com desconto através do mesmo site, ou pelo telefone 11-3138-4619 ou pelo email [email protected]

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Política pública: MCTIC abre consulta pública visando atualizar governança da internet brasileira

O Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações abriu, nesta terça-feira, 8, consulta pública com o objetivo de debater a atualização da estrutura de governança da Internet no Brasil. A ideia é recolher apoio às propostas de modernização do Comitê Gestor da Internet, com perguntas sobre as competências do órgão multissetorial, da sua composição, do processo de escolha de representantes e do uso de mecanismos de transparência e de participação das ações do CGI.br. É a primeira vez que esse tipo de consulta é realizada para a questão da governança da Internet. O último decreto estabelecendo a estrutura d CGI foi publicado em 2003. A iniciativa vem no contexto da consulta sobre a Estratégia Digital Brasileira, publicada na semana passada.

O MCTIC quer justamente saber a opinião da sociedade sobre o papel do CGI na Estratégia Digital Brasileira e no processo de transformação digital da sociedade, do setor produtivo e do Estado. Mas também quer o aval para transformar o Comitê como instância consultiva na definição de políticas públicas relacionadas ao desenvolvimento da Internet e das tecnologias digitais.

A consulta questiona a melhor maneira de intensificar a coordenação entre as competências estratégicas e as atividades operacionais vinculadas ao exercício de governança da internet brasileira. Pergunta ainda sobre a atualização dos estatutos e regimentos internos de modo a reforçar o caráter multissetorial da governança da internet brasileira.

Todas essas questões devem embasar a atualização do Decreto 4.829/2003, que regulamenta o CGI.br. Na nova norma deve vir também a explicitação das competências para orientar estrategicamente e supervisionar as atividades operacionais resultantes do exercício da governança da internet e o fortalecimento das atuais competências para estabelecer prioridades, diretrizes e critérios para a gestão das receitas auferidas com o exercício das atividades operacionais vinculadas à sua função principal.

O argumento para propor as mudanças é de que, passadas mais de duas décadas da criação do CGI.br, em 1995, e quatorze anos desde a edição do Decreto nº 4.829/2003, ocorreram diversas transformações no ambiente da Internet. “O próprio avanço da internet no mundo, sua influência como ferramenta concretizadora de direitos fundamentais, a ampliação da digitalização a todos os setores da economia e o considerável e contínuo aumento do número de usuários propiciam questionamentos sobre a necessidade de atualização dessa estrutura”, alega o MCTIC no texto.

Composição

No quesito composição, o MCTIC quer saber a posição da sociedade, por exemplo, sobre a necessidade de incluir novos segmentos ou melhor especificar os segmentos a serem representados, dentre as cinco categorias existentes (governo, empresas, notório saber, terceiro setor e comunidade científica e tecnológica).

Já no quesito transparência, o MCTIC sugere estabelecer medidas para ampliação da participação social e representatividade multissetorial no CGI.br, tais como consultas e audiências públicas, ampla divulgação de relatórios de atividades, participação aberta ao público nas Câmaras de Consultoria. E indica ainda maior transparência das atividades operacionais resultantes da governança da internet, como no registro de nomes de domínio, projetos técnicos e de infraestrutura, medidas e políticas de segurança, realização de estudos, aferição de recursos.

Sobre o processo eleitoral e mandatos, a consulta pública questiona, entre outros pontos, sobre a eventual  fixação de parâmetros que assegurem maior pertinência das entidades cadastradas quanto aos segmentos que pretendem representar nos colégios eleitorais; limitação da participação de uma mesma entidade em mais de um colégio eleitoral e limitação da participação de entidades que representem o mesmo grupo de interesse em múltiplos níveis federativos. Outro ponto em questão é quantas reeleições ou reconduções de conselheiros deveriam ser permitidas, já que atualmente não tem limite.

A consulta pública fica aberta até o dia 8 de setembro, no endereço http://www.participa.br/cpgovernancainternet

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Desenvolvimento: Testr: start-up brasileira cria ferramenta de testes de usabilidade móvel

Nem sempre os números de um relatório de uso de app são suficientes para se descobrir as razões por trás de algum problema, como baixa conversão ou baixa retenção. Muitas vezes, saída está em observar como as pessoas usam o aplicativo, para verificar os problemas que enfrentam ao navegar dentro dele. Um tutorial mal feito ou até um botão mal posicionado podem ser a causa da dor de cabeça. Um teste de usabilidade pode ser feito de forma presencial, levando uma pequena amostra do público alvo para dentro de uma sala espelho e dando-lhe um roteiro de tarefas para executar, enquanto é observada. O problema é que testes presenciais desse tipo custam caro, além de ficarem limitados a pessoas da mesma cidade ou estado onde são realizados. Uma solução mais barata é adotar uma ferramenta para testes remotos de usabilidade, como a Testr, criada por um start-up brasileira homônima. Lançada um ano atrás para testes de websites, a Testr ganhará nas próximas semanas uma versão móvel, com um aplicativo Android, que permitirá testes de sites e de apps móveis.

“O teste em uma sala espelho é legal mas custa caro. Requer um profissional especializado para a observação. Tem que escolher as pessoas certas, agendar sua participação e remunerá-las. Tem muita coisa envolvida. É um processo que leva cerca de um mês. 98% das empresas gostam desses testes. Mas 72% não fazem por causa do preço ou do tempo”, relata Elisa Volpato, CPO da Testr. Ela fala com conhecimento de causa, pois ajudou a realizar muitos desses testes presenciais.

Na Testr, é tudo feito remotamente. Através de uma plataforma na web, a empresa contratante descreve o perfil das pessoas que gostaria que fizessem o teste e define um roteiro de tarefas a ser seguido por elas. O objetivo é verificar se os usuários conseguem facilmente fazer o que é demandado e como o fazem. O mínimo aceitado são cinco pessoas por teste. Volpato recomenda que sejam entre oito e dez. A Testr conta com uma base de 6 mil testadores. A meta é chegar a 30 mil dentro de 12 meses. “Procuramos ter uma base diversa e representativa da população brasileira. Hoje nossa base está mais concentrada em São Paulo. E queremos evitar especialistas de internet, mas pessoas normais, que usam o celular no dia a dia”, explica a executiva.

Os testadores têm um prazo para realizar o roteiro, mas podem fazê-lo onde bem entenderem. Cada teste dura meia hora. Durante a execução das tarefas, as pessoas são filmadas pela câmera frontal do smartphone, e o áudio é gravado pelo microfone do aparelho. Ao fim do roteiro, precisam também relatar em vídeo o que acharam da experiência. O app Testr monta um vídeo e sobe para o servidor da start-up, para em seguida ser disponibilizado à empresa contratante. Antes de começar o teste, o app verifica se o smartphone tem pelo menos 500 MB livres na memória.

“Toda pesquisa sofre interferência e isso afeta os resultados. Em um teste de usabilidade o objetivo é diminuir essa interferência. O Testr não tem moderador. As pessoas ficam à vontade até demais. Já teve gente fazendo o teste de baby dooll tomando vinho; outro estava sem camisa deitado na cama; outro se irritou, saiu de cena e voltou fumando um cigarro com a cara zangada. Em uma sala espelho não é assim. Com o Testr a gente consegue reproduzir uma situação real de uso. O nosso cliente gosta quando vê isso, porque sai da sua bolha”, relata Volpato.

Para o futuro, a empresa planeja desenvolver outras funcionalidades, como um mecanismo de reconhecimento de expressões faciais e outro de transcrição para texto do que for dito pelo testador, criando uma legenda automática no video. E assim poderá ser feita uma análise cruzando informações: o sentimento expresso no rosto, as palavras ditas e o momento no roteiro de tarefas, informa Fábio Trentini, CTO da start-up.

Modelo de negócios

A Testr cobra R$ 199 por pessoa em um teste, com um mínimo de cinco testadores. É possível também fazer uma assinatura do serviço, o que barateia ainda mais o custo. Um teste em uma sala espelho não sairia por menos de R$ 20 mil, afirmam os criadores do Testr. O testador, por sua vez, recebe R$ 25 em créditos no PagSeguro ou em um vale-compras, por roteiro cumprido.

Investimento

A start-up recebeu até agora alguns aportes de investidores-anjo. Seus fundadores vêm conversando com fundos de venture capital, mas não há pressa para novos aportes, comenta Anderson Sales, CEO da empresa. “A gente não consegue mensurar o tamanho do mercado porque estamos abrindo um mercado que não existe. Por isso é difícil transmitir um valuation para investidores. Até o momento fizemos investimento próprio e pretendemos manter assim por mais seis ou doze meses. Aí vamos ter números de acesso ao mercado mais consistentes para apresentar”, explica.

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