Nesta terça-feira, 2, o Google vai descontinuar o o Google Podcasts (Android, iOS), seu aplicativo para ouvir podcasts e marcar os podcasts favoritos. A mudança faz parte de uma estratégia da empresa para deixar mais robusto o seu serviço de streaming, YouTube Music (Android, iOS), que receberá os conteúdos e servirá como nova forma de atrair assinantes.

Mas a realidade é que o app standalone para podcasts feito pelo Google não avançou muito tecnicamente, seja na parte técnica ou oferta de conteúdo. Isso porque o Google não fomentou muito o app, como ao trazer conteudistas com exclusividade ou melhorar as funções combinando com outros produtos da casa, como Gmail, Gemini e até Google Maps e Google Culture.

Isso tudo sem publicidade.

Por exemplo, sem pensar muito fora da caixa, daria para o Google firmar parceria com entidades de artes ou de patrimônio público para fazer podcasts combinando visitas em locais turísticos e museus. Ou um simples alerta sobre novos episódios via e-mail do Gmail – serviço que completa 20 anos nesta segunda-feira, 1.

Histórico

No lugar de investir, o Google manteve o app bem similar desde o seu lançamento em 2018 com início, busca e atividades do ouvinte como funções principais.  Teve uma leve melhoria em 2021 com o aumento da demanda dos usuários com a busca baseada no motor do Google, modo escuro e o pareamento com equipamentos Bluetooth.

Mas o app seguiu muito estático. Faltou ser mais imagético (talvez adicionar vídeo), interativo e trazer as informações de quem produz aquele áudio. Exemplificando novamente, um simples botão de curtir ajudaria aos produtores de podcasts terem uma ideia se aquele episódio foi bom ou não na visão de seu público.

Vale dizer que embora tenha melhorado o app com base nos usuários, um dos motivos que o Google decidiu acabar com o Google Podcasts foi a baixa adesão. Isso porque no anúncio que confirmou a centralização dos áudios para o YouTube Music a companhia afirmou que dos 23% de norte-americanos que ouvem podcasts diariamente, 4% dizem que ouvem via Google Podcasts.

Casa nova

Agora, os podcasters e seus ouvintes ganham uma casa mais nobre dentro da companhia e uma promessa de melhores dias, inclusive com a expectativa de o Google investir em conteúdo exclusivo.

O lado ruim é que os usuários deverão assinar mais um streaming para ouvir os materiais únicos do Google, algo que não deu muito certo quando o YouTube Premium trouxe conteúdos exclusivos em vídeo. O melhor exemplo é a série ‘Cobra Kai’ que iniciou dentro da plataforma, mas depois precisou migrar para a Netflix quando o Google decidiu que não seguiria investindo em conteúdo próprio no serviço.

É verdade que o YouTube Music tem parte de seus serviços gratuitos, mas as principais vantagens são pagas, tais como:

  • Músicas e podcasts sem anúncios – e tem muitas propagandas no YouTube Music que são irritantes e não condizem em nada com os hábitos do usuário, assim como acontece com o YouTube vídeo;
  • Ouvir sem conectividade (offline);
  • E ouvir com a tela bloqueada.

Atualmente, o YouTube Music tem um portfólio de podcasts, mas são aqueles que tem vídeo e áudio. Ainda não há podcasts só em áudio.