Certos aplicativos me dão paúra. Não por coletarem dados, afinal tenho conhecimento e dou meu consentimento a respeito das informações que eles coletam e analisam. Eu tenho medo pela precisão com que acertam o nosso cotidiano. É o caso do Sharecare (Android, iOS), o aplicativo do Dr.Oz, como foi apelidado aqui em casa.

Fui ao lançamento do app uma semana atrás e comecei a testá-lo. Ele se baseia em três partes: conteúdo, que dá dicas para uma saúde melhor no dia a dia; real age, que mostra sua idade real ao analisar sua vida – se é saudável ou não – ante sua idade cronológica; e os indicadores de Green Days, que acompanham a rotina do usuário e mostra quantos dias saudáveis ele teve.

O que mais me impressionou foi o Real Age. Ele faz um questionário pedindo uma série de informações sobre sua saúde e hábitos do cotidiano. Ao final do teste, que dura pouco mais de três minutos, ele mostra uma análise de sua vida. Mas sua resposta não é genérica como em outros apps de saúde que dizem “você precisa fazer mais exercício”. Ele vai direto aos seus problemas. Por exemplo: em minha análise, o app disse “pare de fugir do check-up” e “sua cintura e peso estão bons, mas demandam atenção”.

Já para o Green Days, a atenção pôde ser notada no registro de stress das ligações. Ele consegue acompanhar se estou irritado pelo fractal de voz. Depois da quinta ligação me mostrando que eu estava “irritado e mostrando impaciência”, eu comecei a mudar meus hábitos ao telefone.

O único ponto negativo do app é que ele não registra passos como deveria, ou seja, através de sensores. Todos os dias, o contador de passos aparece zerado. E a análise da qualidade de sono também sempre marca as horas com erro e precisa de uma correção do usuário.

Fora isso, sempre acho complicado no Sharecare e outros apps de saúde o fato que você tem que inserir toda vez e todo dia informações sobre como foi sua alimentação, comeu muito, comeu pouco, bebeu quantas doses de bebida alcoólica. Isto poderia mudar, ser mais assertivo e menos intrusivo.