Ilustração: La Mandarina Dibujos/Mobile Time

Começou o ano e uma das coisas mais comuns que as pessoas colocam em seus planos de metas é voltar a estudar. Consegui cumprir esse plano ainda em 2022, mas notei que há muitos desafios na volta aos estudos, em especial com as atividades educacionais mais online, por conta da pandemia do novo coronavírus. Muitos cursos superiores e de pós-graduação caminharam para o online ao adotar novas tecnologias, como vídeo e provas online. De fato, o Ministério da Educação revelou em novembro do ano passado uma alta de 474% nas matrículas em cursos de educação a distância (sem crase, pois é objeto direto de educação), entre 2011 e 2021.

Mas nem sempre as plataformas têm a dinâmica dos professores e de suas aulas presenciais, e ainda seguem bem parecidas e replicadas dos modelos no PC que foram apresentados ainda na primeira década dos anos 2000. Esse é o principal problema que estou encarando com o Blackboard Learn (Android, iOS), da Anthology.

A tecnologia ajuda com funções como pré-prova, vídeos gravados das aulas e fóruns de esclarecimento para o estudante, além da comodidade de redigir e entregar trabalhos sem sair de casa. Mas sinto a falta da relação aluno-professor e que a plataforma é bem engessada. Por exemplo, se o aluno tem uma dúvida que surge durante a exibição de um tema na aula em vídeo. Até você escrever isso no fórum, já passou. Deveria ter um botão no meio do vídeo para endereçar ao professor uma dúvida. Hoje, o player de vídeo é monolítico. Com isso, o questionamento é feito via grupos entre docentes e discentes no WhatsApp.

Também é notório no Blackboard a falta de funções como notificação push para lembrar datas, como o retorno às aulas e entrega dos materiais. Aliás, em uma atualização recente do app havia sete correções em funções básicas, como erro em formato de data, falha em download de materiais do curso e erros na abertura de vídeos em formato MP4. Isso ocorreu tanto para usuários Android quanto para iOS.

Enfim, voltar ou começar a estudar é bom. Mas ainda em um cenário pandêmico, as ferramentas de estudo mobile precisam evoluir com mais fluidez tecnológica para melhorar as relações entre aluno, professor e, consequentemente, instituição.