A divisão internacional da China Mobile ampliou o seu escritório no Brasil para uma nova unidade na região da Avenida Paulista inaugurada nesta sexta-feira, 24, em uma estratégia que mira um melhor relacionamento com operadoras locais para atender clientes internacionais, além de estudar a possibilidade de uma MVNO para atender o consumo local de telecomunicações.

“Nós ainda estamos avaliando e negociando”, disse Leanne Zhang, head de negócios para operadoras na China Mobile International na América Latina. “Vamos ser uma operadora virtual de uma dessas MNOs (TIM, Claro ou Vivo). Mas ainda não decidimos se atenderá o mercado móvel e seus consumidores ou o mercado de IoT”, explicou a executiva.

Com mais de 1 bilhão de usuários na China, a companhia está no Brasil desde 2017 e operava basicamente com transporte de IP e outros serviços de rede para empresas chinesas que se instalam no País, além de dados, voz e SMS para clientes móveis em roaming em parceria com as operadoras.

Estratégia

Leanne Zhang, head do negócio de operadoras na China Mobile (crédito: Henrique Medeiros/Mobile Time)

Importante dizer, atualmente a operadora chinesa atua com três linhas de negócios no Brasil: operadoras, acordos de roaming e IPs; empresas, conectividade, serviços de rede, dados e dispositivos; mercado mobile, SIMcard com conectividade global e roaming para assinantes chineses que vêm ao Brasil.

Essas três unidades são administradas pelo time local. No Brasil, a companhia tem 28 funcionários, mas espera chegar a 45 nos próximos dois anos e 80 pessoas em três anos: “Esta não é uma estratégia de curto prazo para o Brasil. Se quisermos fazer uma MVNO aqui, não será no curto prazo”, comenta Zhang.

Estrutura

Jim Wang, country head da China Mobile no Brasil (crédito: Henrique Medeiros/Mobile Time)

Zhang confirmou que estão construindo uma estrutura de telecomunicações com backbone e datacenter naquele que será o segundo escritório da empresa, no Rio de Janeiro, em 2024. O fornecedor desses equipamentos provavelmente será chinês, confirmou a head de negócios.

Por sua vez Jim Wang, country head da operação brasileira, confirmou que a operadora também está desenvolvendo uma rede de transporte de fibra ótica e um centro de dados de borda (edge). Em edge, a ideia é trazer parte da experiência global da operadora para o mercado brasileiro.

Com atuação em 264 países e regiões, a China Mobile tem 226 pontos de presença (PoP) no mundo, 16 deles no Brasil.

IoT

Enquanto a estrutura de rede não fica completa, a China Mobile mira atuar no mercado brasileiro com conectividade e dispositivos/módulos, seja ao encontrar parceiros de fabricação de dispositivos ou até fabricar os dispositivos: “Essa é uma questão do ovo ou galinha. Se o negócio (de IoT) crescer, nós podemos considerar fabricar nossos próprios dispositivos no Brasil”, afirmou Zhang, ao lembrar que a China Mobile tem uma divisão de equipamentos.

Entre as experiências apontadas pelos executivos da operadora em IoT há soluções para finanças, indústria, transporte, logística, varejo e agricultura.

(Imagem principal: Executivos, fornecedores e parceiros de negócios da China Mobile cortando a fita inaugural do escritório em São Paulo (crédito: Henrique Medeiros/Mobile Time)