[Matéria atualizada em 9/5/2023, às 20h para inserir fala de Rafael Evangelista] O New York Times fechou um acordo com o Google para receber US$ 100 milhões ao longo de três anos. De acordo com outro jornal americano, o Wall Street Journal, o acordo cobre distribuição, assinaturas, marketing e produtos publicitários.

O jornal anunciou seu acordo com o Google em fevereiro deste ano e, na época, o descreveu como um acordo expandido que incluía distribuição de conteúdo e assinaturas, bem como o uso de ferramentas do Google para marketing e experimentação de produtos publicitários. O Times não forneceu detalhes sobre os termos financeiros do acordo.

Além de exibição de conteúdo do NY Times em algumas plataformas do Google, o WSJ informou também que o acordo inclui participação do jornal norte-americano no Google News Showcase, produto da empresa que paga aos editores pela apresentação de suas notícias.

Soberania Nacional

No Brasil, a repercussão da parceria entre o jornal e a plataforma fez o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) se manifestar no Twitter: “Curiosa a postura do Google. Nos EUA, faz acordo e paga para usar conteúdo jornalístico alheio. No Brasil, isso vira “censura” e vai destruir a internet livre. Acham que somos uma república de bananas! Regulação também é questão de soberania. PL 2630 SIM!”

Vale lembrar que a remuneração de conteúdo jornalístico faz parte do PL das Fake News e, até segunda ordem, os artigos não devem sair, ao contrário do que aconteceu com a remuneração de direitos autorais para artistas e classe artística em geral.

Para Rafael Envagelista, conselheiro do CGI.br, coordenador da Câmara de Conteúdos e Bens Culturais do Ccomitê Gestor da Internet e professor da Unicamp, a crítica ao Google é imprecisa.

“Não é verdade que o Google esteja fazendo acordos somente nos Estados Unidos. A empresa tem feito pagamentos a jornais brasileiros também. Esses acordos são fechados, não sabemos o montante envolvido, mas eles estão fazendo pagamentos inclusive para mídia independente e isso tem sido um padrão. E isso até é um problema, uma vez que eles se colocam, mais uma vez, em posição de dominância”, explica Evangelista.