Uma série de startups lideradas por mulheres participaram hoje de uma rodada de captura de investimento internacional na última quinta-feira, 19. O pitch foi organizado pela Chapter Leader da Women’s Startup Lab junto ao evento do Wise24, que permitia às CEOs e fundadoras apresentarem suas ideias para investidores dos EUA e Canadá via transmissão de vídeo na web.

Abrindo o evento, Josie Peressinoto Romero, VP de logística e cadeia suprimentos na Natura, explicou em sua palestra que não apenas no ambiente de empresas, mas no ambiente de startups as mulheres são sub-representadas: “Eu espero que desse grupo (de mulheres) aqui, a gente consiga resolver os problemas do mundo, pois não serão as grandes companhias que vão resolvê-los, mas as pequenas. São empresas como essas que liderarão nos próximos 50 anos. Companhias, que, não vão vender produtos, mas soluções (para a população)”, completou Romero.

Startups de saúde, educação, mensageria e finanças apresentaram as suas ideias para os investidores, mas também para uma plateia com outras startups que buscavam aprender, além de executivos da Natura, uma vez que a empresa de cosméticos cedeu o local para o evento e apresentou seu programa de incentivo às startups.

Atuação

As investidoras cobraram que as líderes de startups tenham um papel mais ativo e se apoiem mais no ecossistema. Camila Folkmann Costa, cofundadora e sócia da Mindset Ventures, pediu que as empreendedoras façam mais relacionamento, inspirem outras mulheres na criação de empresas e avancem sem receios.

Por sua vez, Ana Paula Wey Perez, sócia-fundadora da WP Capital e Triple Seven Investments, foi mais enfática: “Nós (mulheres) nos apoiamos pouco. A gente se ajuda pouco e reclama muito. Não se engaja. Não sei se é por competição ou restrição, mas precisamos ser mais colaborativas”.

Já Luciana Nazar, CEO da Fineggi Capital e membro do conselho da GV Angels, ressaltou que ‘startupeiro’ tem que ter paixão e propósito e “querer impactar o meio que estamos”.  E Camila Nasser, fundadora da Kria.vc, cobrou que as pessoas também invistam em outras startups: “Se vocês querem mais startups femininas, invistam. Nem que seja R$ 500, há mecanismos e plataformas para tal”.

Pitches

Confira abaixo a conversa com as startups que participaram da rodada de pitches.

Mensageria

Em um universo que está com poucas explorações entre as startups, a Sirius App vem com uma proposta interessante, segundo sua CEO e fundadora Mariana Freitas: “Nós combinamos o Slack com o WhatsApp. Funcionamos como uma rede social. Somos um app de mensageria com armazenamento de dados e criptografia para empresas”. Funcionando em um modelo de assinatura por usuário, a Sirius tem 5 mil assinantes atualmente. Com o investimento, a companhia pretende expandir sua operação no Brasil e expandir a atuação para América Latina, Índia, Canadá e EUA – nesta exata ordem.

Saúde

Outra participante do pitch é a Vittude, uma startup que conecta pacientes a psicólogos. De acordo com a CEO e fundadora Tatiana Pimenta, a sua healthtech tem 14 mil clientes conectados em sua plataforma. O modelo de negócios é baseado em cobrança de mensalidade dos profissionais de saúde, que escolhem o valor da consulta, e outra vertente B2B2C com atendimento psicológico dentro de grandes empresas, como Centauro, Boticário e Positivo. Buscando US$ 1 milhão para desenvolver seu negócio, Pimenta revela que um quarto de sua plataforma hoje é de brasileiros que vivem no exterior. Atualmente com web app nativo, a companhia lançará em até quatro semanas seu aplicativo na Google Play e na App Store.

Finanças

Em finanças, a representante foi a Diin (Android, iOS), da CEO e cofundadora Mônica Saccarelli, ex-Rico. Essa plataforma busca ajudar de maneira simples o brasileiro a investir seu dinheiro em pequenas quantias, com aportes semanais, quinzenais ou mensais. Saccarelli explicou que é possível fazer investimento com até R$ 1. E ressaltou que o mote principal da companhia é “fazer que o dinheiro seja o amigo” do consumidor. Mirando crescimento e desenvolvimento da plataforma, a fintech tem 8 mil usuários ativos atualmente, mas o cadastro passa dos 40 mil.

Educação

Outra empresa que participou da rodada de apresentação foi a edtech Kriativar. Atuando no mercado B2B (escolas e empresas) e B2C (educadores e pais), a startup da CEO e fundadora Sofia Fada usa realidade aumentada e brinquedos inteligentes para instigar a imaginação em crianças e tornar a busca de conhecimento mais lúdica. Com cinco apps e seus brinquedos, Fada explicou ao Mobile Time que trabalha com desenvolvimento de aplicações para que funcionem em qualquer tipo de smartphone, mesmo aqueles que não estão enquadrados nos pacotes de ARKit ou AR Core. Para isso usa linguagens mais simples e leves como o Unity. Focando neste público, a Kriativar pretende lançar soluções de WEB AR até o primeiro semestre de 2020.