| Publicada originalmente no Teletime | A Claro, a Anatel e a ONU Mulheres lançaram nesta terça, 20, um programa inédito focado em mulheres em situação de vulnerabilidade provocada por violência doméstica e refugiadas. O projeto “Mulher + Tech: Conexões para Novos Começos” pretende promover a inclusão digital de até 2 mil mulheres nas 10 capitais com maiores índices de violência contra mulheres por meio de acesso à tecnologia (doação de equipamentos e planos de dados a mulheres vulneráveis) e capacitação com foco em letramento digital e empreendedorismo, além de suporte a entidades do terceiro setor dedicadas ao apoio a mulheres em situação de vulnerabilidade.
O anúncio oficial da parceria aconteceu na sede da Claro, em São Paulo, com presença dos principais executivos da empresa (incluindo o presidente José Felix e da VP do Instituto Claro, Daniely Gomiero); do presidente da Anatel, Carlos Baigorri, do conselheiro Alexandre Freire e da conselheira substituta, Cristiana Camarate); da representante da ONU Mulheres no Brasil, Ana Carolina Querino; e do ministro das Comunicações, Frederico Siqueira, além do ex-ministro e Deputado Federal, Juscelino Filho.
O programa foi desenvolvido a quatro mãos entre Claro e Anatel quando o conselheiro Alexandre Freire, então relator de processos sancionatórios contra a operadora, propôs que como parte de uma negociação para estabelecer Obrigações de Fazer (ODF, que são medidas alternativas a multas e outras penalidades), um conjunto de medidas que pudessem trazer um grande impacto social. A partir deste momento, com a participação da ONU Mulheres orientando sobre os grupos e focos de maior necessidade, o programa ganhou um foco, com metas, quantificações e objetivos definidos. As mulheres contempladas no projeto passarão por um programa de capacitação em direitos das mulheres, liderança, empregabilidade e letramento digital, e ao final, a depender do desempenho, serão contempladas com equipamentos e planos de conectividade para o desenvolvimento de seus projetos.
Para José Félix, presidente da Claro, o projeto é um marco dentro das ações com propósito social da empresa. “É um marco de esperança para estas mulheres e uma iniciativa histórica da empresa que mais uma vez mostra nosso compromisso com a vida das pessoas”.
Mudar o mundo
Ana Carolina Querinho, representante da ONU Mulheres, diz que o acordo é emblemático porque une forças.”Nós temos o poder de mudar o mundo, cada um de nós, mas quando nós caminhamos juntos e juntas, a partir das nossas instituições, somando esforços em prol de um objetivo comum, nós transformamos a vida de muitas pessoas”, disse ela, ressaltando a presença de uma operadora, do regulador e da sociedade civil.
Para Daniely Gomensoro, diretora de desenvolvimento humano e VP do Instituto Claro, sustentabilidade e pessoas são valores permanentes. “A conectividade gera acesso, conhecimento, segurança, oportunidade de autonomia financeira, empregabilidade, empreendedorismo e acolhimento em rede”, lembrou.
Carlos Baigorri, presidente da Anatel, destacou o momento como mais uma entrega do Poder Público com foco que vai além da conectividade, mas pensado a partir de todas as necessidades do cidadão diante dos desafios digitais.
Já Alexandre Freire lembrou que a Anatel tem cada vez mais buscado direcionar a sua atuação para promover a conectividade com qualidade, fomentar a transformação digital e estimular mercados sustentáveis.”Essa é uma agenda muito cara à Anatel e que temos perseguido em muitas iniciativa”, disse.
Momento histórico
Frederico Siqueira manifestou sua satisfação em iniciar a sua gestão com essa pauta. Vale lembrar que, desde a edição do Decreto 12.282/2024, o Ministério das Comunicações deve ter voz mais presente na formatação dos compromissos que sejam costurados com as empresas em obrigações de fazer e em compromissos editalícios de leilões de frequência, por exemplo. “É com enorme satisfação e profundo senso de responsabilidade que participo desse momento histórico, simbólico e transformador, quando unimos tecnologia, compromisso social e políticas públicas”, disse o ministro.
“O letramento digital que tanto incentivamos nas políticas públicas e no Ministério das Comunicações é hoje um pilar essencial para o enfrentamento dessas desigualdades”, completou. Ele destacou ainda o papel do seu antecessor, Juscelino Filho, na pauta da conectividade significativa. Juscelino Filho, por sua vez, exaltou essa agenda como prioridade do governo Lula.