A Zapping é uma plataforma de streaming de TV ao vivo que iniciou suas operações há sete anos no Chile com canais abertos. Atualmente, conta com cerca de 180 mil assinantes no país de origem e tem como principal concorrente a DirecTV. Entre 2015 e 2017 se consolidou e ganhou mercado graças a contratos assinados com Disney e Warner – com destaque para as transmissões de jogos de futebol chileno na Warner. Em abril do ano passado, a empresa aportou no Brasil oferecendo seus serviços tanto para o mercado B2B quanto para o B2C. Em cerca de um ano acumulou 10 mil assinantes ativos no país e seu diferencial está nos acordos fechados de transmissões de diferentes campeonatos e sua tecnologia, que pretende levar uma melhor experiência para o usuário, comodidade e baixa latência. A meta da empresa é chegar a 100 mil assinantes no Brasil até o fim do ano por meio de contratos com ISPs.

Chico Vargas, country coordination da Zapping. Crédito: divulgação
“O nosso diferencial é a experiência do usuário. Temos o melhor delay do mercado, a melhor latência”, garante Chico Vargas, country coordination da Zapping, em conversa com Mobile Time. “O que vai nos diferenciar é a tecnologia que temos. Os nossos ninjas no Chile estão sempre dedicados a entregar algo diferente que não existe na concorrência. O conteúdo é igual, mas a tecnologia, não. Ela é proprietária. E não fazemos white label, tem uma questão de marca que se preserva”, conta.
Para dispositivos móveis, a Zapping oferece recursos como:
- Modo Esporte, com estatísticas ao vivo das escalações do time e funcionalidade que mostra replays dos gols a qualquer momento. Gerados a partir de uma inteligência artificial exclusiva, os replays identificam o instante do lance e apresenta a reprise de forma imediata aos telespectadores. Assim, quando um assinante começa a acompanhar uma partida consegue ver os gols que eventualmente tenham saído antes dele sintonizar no canal, sem precisar esperar pelo replay da transmissão oficial.
- Formato catálogo para seleção de filmes do Telecine. Desta maneira, o assinante não precisa esperar um filme começar. Basta escolher e assistir a qualquer hora.
- Outro recurso é poder mexer no celular enquanto assiste a algum conteúdo da Zapping. Neste caso, o conteúdo fica em uma tela menor.
- Há também o recurso que permite reduzir a qualidade da conexão com a internet para ter um menor consumo de dados e, assim, poder assistir à TV.
Apesar de uma minoria assistir à programação em dispositivos móveis (5%), Vargas reconhece a importância de se estar nos celulares de seus usuários.
“É preciso estar posicionado nos dispositivos móveis também. O consumidor não espera para assistir, reservar seu tempo para o momento de uma hard news. Aconteceu e ele abre o app de streaming naquele momento. Ele pode estar na praia, numa casa de campo. Temos que estar prontos para qualquer tempo de experiência e a qualquer momento para o usuário. Só que a nossa demanda hoje é mais em smart TV. Isso acontece não só no Brasil, mas no Chile também”, comenta.
O tempo de permanência também é maior na TV. Durante uma partida de futebol, o usuário fica em média no celular assistindo ao streaming entre 8 e 12 minutos. Na TV, o tempo de permanência é de 55 minutos. “É diferente. O dispositivo móvel é para um tempo curto de consumo. E mesmo sendo menor, estar no mobile é essencial”, explica.
“Estamos em todas as TVs conectadas, em dispositivos iOS e Android, tablets de qualquer marca. A única coisa onde ainda não estamos é no Playstation. Mas estamos em negociação”, afirma. “Com isso, abrangemos o país todo e todas as classes”. Cerca de 85% a 90% dos nossos consumidores estão no estado de São Paulo porque pegamos o campeonato paulistano”, justifica.
Mercados da Zapping
No ano passado, a empresa também chegou ao Peru e Equador, onde conta com 160 mil assinantes. Nesses países, 95% do seu negócio está atrelado ao B2C.
Nos quatro países, a plataforma soma 130 colaboradores. “O core da empresa é a tecnologia. Fazemos o melhor aplicativo (Android, iOS) de streaming de TV ao vivo, mas também disponibilizamos importantes conteúdos on demand”, completa.
Em setembro de 2023 a Zapping chegou ao mercado brasileiro, a partir da fusão com a Guigo TV, empresa com ativos relevantes como os contratos com a Globo (aberta e fechada), Disney, Simba e outros canais abertos, além de seu country manager, Renato Svirsky. Essa fusão fortaleceu a Zapping, principalmente pela expertise da Guigo em gerenciamento de contratos. E, no mesmo ano, firmou contrato com a Discovery.
E se nos outros países o foco está no B2C, no Brasil, a proporcionalidade se inverte já que a TV se posiciona tanto entre os pequenos ISPs quanto entre os grandes. “Enxergamos uma oportunidade gigantesca no Brasil. E tem espaço para todos”, comenta. “A indústria aqui é totalmente diferente. Como o mercado aqui é consolidado, já tem muitas marcas para o B2C, a gente vê um crescimento mais forte o B2B, seja através dos ISPs, mas também por meio de contratos com empresas, clubes de benefícios ou sócio-torcedor (para ofertar a seus clientes ou colaboradores), complemente.
Não à toa, a ideia é se concentrar no país para expandir, já que o Brasil ainda é o terceiro em número de usuários ativos. Para concretizar a expansão, recentemente a plataforma de streaming fechou acordo para a transmissão de 92 jogos do campeonato paulista, sendo 11 exclusivos. “Esse contrato tem nos ajudado a crescer”, diz.
Portfólio
A Zapping oferece no Brasil alguns de seus canais exclusivos, como o Zapping Esportes, um canal 24/7. Ali, são transmitidas as partidas da série C do futebol masculino e o Global Champions Tour de Hipismo, além de alguns direitos de vôlei e automobilismo. Há também no país o Zapping Music.
Em resumo, a plataforma oferece os seguintes canais originais:
– Zapping Music, com 12 a 13 canais de clipes;
– Zapping Esportes, com conteúdos esportivos, onde detém direitos;
– Zapping Channel, com câmeras espalhadas por Santiago e arredores que faz looping dessas imagens com música no fundo.
O streaming oferece três possibilidades de planos:
- Lite: R$ 14,90/mês, com 45 canais abertos e próprios disponíveis e um dispositivo conectado;
- Lite Plus: R$ 19,90/mês, com 45 canais disponíveis com Rede Globo, e cinco dispositivos conectados;
- Full: R$ 89,90/mês, com 110 canais disponíveis (como canais Globosat, internacionais, de esporte e cinco dispositivos conectados.
É possível ainda pagar à parte outros canais como o Premiere (R$ 59,90), Telecine (R$ 29,90) e Combate (R$ 34,90).