Nos últimos anos, a App Store e o Google Play dominaram o mercado de aplicativos móveis, tornando-se as principais plataformas para descoberta, segurança e monetização. No entanto, penso que o Digital Markets Act (DMA) da União Europeia trouxe uma mudança significativa ao exigir que a Apple permita o uso de lojas de aplicativos de terceiros no iOS.
Para mim, essa não é apenas uma questão de conformidade com as leis, mas reflete algo muito mais profundo: as reais necessidades de desenvolvedores, profissionais de marketing e usuários, em um cenário que, como bem sabemos, está se tornando cada vez mais competitivo.
Reflito sobre a forma como distribuímos e monetizamos aplicativos. Nunca essa discussão foi tão relevante. A pressão crescente sobre os grandes players, especialmente em relação à regulação, abriu portas para plataformas alternativas, como a Samsung Galaxy Store, Amazon Appstore e Aptoide, que começam a ganhar mais e mais relevância no mercado.
Acredito que um exemplo claro dessa tendência está na Epic Games, que, em julho, lançará sua própria loja de aplicativos para iOS no Brasil. Quando penso nesse movimento, vejo não só uma oportunidade para os desenvolvedores, mas também para o público brasileiro. Esse passo é muito mais do que uma mudança de plataforma: é uma ampliação das opções de distribuição, o que, sem dúvida, traz novos ventos para o mercado local.
Por que agora?
Ao refletir sobre o impacto do DMA, vejo que realmente foi um divisor de águas. Ele não apenas abriu caminho para lojas alternativas, mas também para o sideloading (instalação de aplicativos fora das lojas oficiais) no iOS. Essa mudança não se limita à União Europeia, é uma tendência global. Países como Coreia do Sul, Índia e até os Estados Unidos começam a adotar regulamentações semelhantes, com o objetivo de fomentar mais concorrência no setor.
Com isso, estamos vendo as plataformas que já existiam antes no mercado se adaptarem para oferecer mais opções de distribuição e pagamento. Na minha visão, quem mais se beneficia com isso são os desenvolvedores e, claro, os usuários. Afinal, mais opções significam mais liberdade de escolha, o que é uma ótima notícia para todos.
E a segurança?
Com o crescimento das lojas alternativas, a segurança é um ponto que precisa ser cuidadosamente discutido. Mas creio que, com as devidas precauções, as lojas alternativas também podem garantir a proteção do usuário.
Já existem plataformas que implementam medidas rigorosas, como a verificação manual de aplicativos, varredura contra malwares e autenticação de desenvolvedores. Contudo, para os usuários, a conscientização sobre a origem dos aplicativos e a credibilidade das plataformas é essencial. O futuro da distribuição de apps não será apenas uma questão de escolher entre lojas já estabelecidas, mas de garantir que as novas opções de distribuição também sigam altos padrões de segurança.
O futuro da distribuição: uma nova era multiplataforma
Agora, a grande pergunta é: como o mercado de aplicativos vai evoluir? A tendência é que a regulamentação das lojas de aplicativos se expanda para mais regiões, o que exigirá uma maior flexibilidade nas estratégias de distribuição. A chave para o sucesso será a adaptação a essas mudanças e o aproveitamento das novas oportunidades de crescimento.
Para desenvolvedores e profissionais de marketing, o futuro é definitivamente multiplataforma. Explorar novas lojas de aplicativos e estabelecer parcerias com fabricantes de dispositivos (OEMs) pode ser uma estratégia poderosa para aumentar a visibilidade e crescer de maneira sustentável.
Embora a Apple e o Google dominem o mercado, não podemos mais ver as lojas alternativas como uma opção secundária. E que aqueles que se adaptarem rapidamente a esse novo cenário, não só aproveitarão as novas oportunidades, mas também estarão melhor posicionados para garantir um crescimento sólido e sustentável no mercado de aplicativos.