A parceria da Xiaomi com a DL tem um portfólio com 600 produtos ativos (para venda) no Brasil, a maioria do seu ecossistema de Internet das Coisas e acessórios para dispositivos móveis. Em conversa recente com o Mobile Time, Luciano Barbosa, head da distribuidora para operação local da marca, explicou que 40% da receita da marca vem desses devices.
O smartphone é mais forte em vendas e representa 60% do faturamento da Xiaomi no Brasil, mas a companhia tem forte presença em acessórios e IoT. Entre os carros-chefes de venda desta categoria estão:
- Robô aspirador, um equipamento que auxilia a aumentar o tíquete médio com preços que variam de R$ 1,5 mil a R$ 9 mil;
- Relógio conectado, que passa a ter mais procura com usuários migrando das pulseira conectada para o smartwatch;
- Powerbank, para suprir a demanda de recarga em smartphones no cotidiano do consumidor brasileiro.
Outros destaques são os fones de ouvido Bluetooth e as pulseiras: “Falo para os varejistas, esses dois (fone e pulseira) e só colocar que vende”, disse o executivo.
A companhia também começa a apostar em equipamentos para novas categorias, como o mercado de animais de estimação (pets, em inglês). A Xiaomi traz equipamentos para suas lojas e varejistas, como alimentador e bebedouro automáticos e purificador de ar.
Xiaomi no Brasil
Desde sua chegada ao país em 2019, a Xiaomi traz novos produtos para o consumidor brasileiro de acordo com a demanda. Isso passa pelo estreitamento da relação com o varejo, com primeiro foco em players nacionais e agora também nos regionais, o que permitiu à marca estar presente em 10 mil pontos de vendas no país.
Paralelamente, a Xiaomi tem 54 lojas oficiais em 19 estados. O objetivo da marca agora é levar a “experiência Xiaomi” para dentro dos varejos do país, o que inclui envelopar espaço dentro das lojas de rua com materiais da marca e um espaço dedicado aos seus produtos, como gôndola vertical, mesa, luminárias e banners. Apenas em mesas, a marca tem 600 encomendas, sendo 500 delas de um único varejista nacional.
O head da operações DL distribuidora oficial da Xiaomi no Brasil reforçou que a relação da marca com o consumidor brasileiro também é importante. Deu como exemplo o fato de a Xiaomi “não forçar a venda” de seus produtos, com técnicas como venda casada. A ideia da operação local é mostrar os benefícios dos produtos aos clientes, tanto que se dão ao luxo de não firmar acordos com parceiros comerciais mais agressivos nessas táticas.
Tablets
Outra categoria que a Xiaomi tem apostado no Brasil é a de tablets. Na última semana, a Eletros e a NielsenIQ indicaram um aumento nas vendas de produtos TIC puxado por tablets e produtos gamers. Sem referenciar a posição no faturamento, Barbosa explicou que tem visto um avanço dos tablets puxado por dois públicos:
- Entretenimento: a pessoa que usa esporadicamente para produtividade, mas utiliza mais no dia a dia para ver um vídeo em plataforma de streaming ou acessar as redes sociais;
- O consumidor que substitui o tablet por notebook para ganhar mais produtividade, ao mesmo tempo que não tem o peso do PC. Esse geralmente complementa sua compra com uma caneta e uma capa-teclado.
Barbosa afirmou que o público infantil está migrando migrando do tablet para o smartphone. É uma mudança de comportamento, já que historicamente o principal público de tablets de entrada eram as crianças.
A visão do executivo da Xiaomi coincide com duas pesquisas recentes sobre o uso de celulares por jovens. Um recorte das pesquisas TIC Domicílios e TIC Kids de fevereiro deste ano revela que o uso de celulares entre crianças brasileiras até 8 anos de idade vem crescendo ao longo da última década.
E a pesquisa Panorama Mobile Time/Opinion Box sobre crianças e adolescentes com smartphones no Brasil de outubro de 2024 revelou um aumento de 9 minutos no uso diário de handsets por crianças de 4 a 6 anos de idade, ao subir de 1 hora e 35 minutos para 1 hora e 44 minutos.
Imagem principal: Loja no ParkShopping Barigui, em Curitiba. (Foto: divulgação)