A prefeitura de São Paulo e o Governo do Estado de São Paulo anunciaram uma expansão da integração de seus programas de segurança baseados em tecnologia, o Smart Sampa e o Muralha Paulista. Ao todo, 100 motocicletas da Guarda Civil Metropolitana da capital e da Polícia Militar de SP terão câmeras móveis para combater a criminalidade no trânsito.
Com 50 motos de cada instituição, as câmeras são da Hikvision e têm reconhecimento óptico de caracteres (OCR) para fazer a leitura de placas de veículos. Os equipamentos ficam acoplados e são alimentados pelas baterias das viaturas (XRE 300 na GCM e BMW GS 850 da PM). Se o sistema identificar um carro em situação irregular, o policial será avisado da irregularidade na viatura e fará a abordagem.
De acordo com o prefeito Ricardo Nunes (MDB-SP), os equipamentos estão conectados ao banco de dados do estado e do governo federal (Córtex) para avaliar se os veículos abordados pelas forças policiais são roubados, furtados ou estão com placas adulteradas ou falsas. A Secretaria de Segurança Pública do estado (SSP-SP) reforçou que o sistema também pode identificar foragidos da Justiça que utilizam esses automóveis.
“Detectamos essa situação, pois muitos crimes são praticados com duas ferramentas: a arma e a moto. Identificamos pelas câmeras fixas do Smart Sampa uma quantidade enorme de placas falsas, motos roubadas e furtadas, e não tinha mecanismo de apreensão dessas motos por conta da mobilidade”, afirmou. “Isso vai nos ajudar, pois os policiais farão a ronda e vão identificar se um carro ou moto se encontra nessa situação, podendo fazer a abordagem na hora”, disse o prefeito nesta segunda-feira, 11.
Nunes afirmou que, entre junho e julho deste ano, o Smart Sampa contabilizou 11 mil vezes placas adulteradas circulando pela cidade, sendo que apenas uma delas (BRA49CC) contabilizou mais de 9 mil registros neste período em diferentes motos e lugares da capital.
As câmaras com OCR foram entregues pela administração municipal, como parte do Smart Sampa, que está plugado ao Muralha Paulista. A prefeitura foi questionada se tem conectividades nas câmeras e se tem parceria com alguma operadora/provedor, mas não respondeu até o fechamento desta matéria.
Próximo passos do Smart Sampa

Câmera da Hikvision em moto da PM de São Paulo (divulgação/SSP)
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), afirmou ao lado de Nunes que a ideia é expandir o programa, inclusive com mais câmeras e mais tecnologia: “Também estamos incorporando tecnologias nas bodycams, como o reconhecimento facial. Enfim, quanto mais tecnologia pudermos agregar, nós vamos adicionar”.
O prefeito da capital confirmou que pretende ampliar e colocar outras motos com câmera na GCM e na PM. Também afirmou que o prédio dos Correios (nos Centro de São Paulo) será o “QG do governo do estado de São Paulo e da prefeitura de São Paulo” para melhorar uma série de ações na área de tecnologia.
Com pouco mais de sete meses de atuação, o Smart Sampa conta atualmente com um sistema de videomonitoramento com 31 mil câmeras ativas, sendo 20 mil públicas, 11 mil privadas e 4 mil delas com OCR. Mas até agora a iniciativa tinha apenas câmeras fixas. Ou seja, o projeto com a PM e a GCM é a primeira ação móvel no sistema que colaborou para capturar 1,6 mil foragidos, 3 mil prisões em flagrante, 79 pessoas desaparecidas e 17 ocorrências envolvendo veículos.
Por sua vez, o Muralha Paulista é o programa estadual que integra dados e videomonitoramento. O sistema já contabilizou 100 mil alertas de placas de veículos e 3,1 mil alertas de reconhecimento facial para realizar prisão de criminosos.
Imagem principal: Câmera do Smart Sampa em moto da GCM (foto: Sergio Barzaghi/Secom)