A AppsFlyer vê que o mercado brasileiro se adaptou bem às mudanças a partir do iOS 14 com restrições à coleta de dados dos usuários e a aplicação da rede de SKAN, a interface proprietária da Apple para medir atividade publicitária no sistema operacional móvel.
“O mercado entendeu a importância do iOS. Não só como mais um canal de alcance e poder aquisitivo, mas também como estratégia de rentabilidade. Essa mudança veio em 2023, de um mercado focado em aquisição. No último ano, o sistema operacional da Apple deu uma acelerada. Sim, a entrada do Apple Search Ads [publicidade dentro da App Store] ajudou. Mas a busca por rentabilidade e pelo usuário de maior qualidade também colaborou”, explica Renata Altemari, country manager da empresa no Brasil.
Dois exemplos de indústrias que avançaram no OS da Apple são finanças e delivery. O investimento em aquisição de usuários no iOS mais que dobrou em 2024 (168%) ante 2023. Em apps de entrega, o aumento foi de 923%. Na visão da executiva, o cenário de investimento mais acentuado no sistema da Apple ocorre pelos avanços tecnológicos, mas também por uma busca de incremento da rentabilidade em campanhas publicitárias móveis.
“O mercado está se adaptando desde 2023 com a virada de chave do CAC (custo por aquisição de cliente) para LTV (lifetime value), ROAS (retorno sobre o anúncio) e ROI (retorno sobre o investimento)”, conta. “Existe uma adaptação sem dúvida alguma, mas o mercado evolui neste caminho e depende da estratégia de cada um dos anunciantes”, completa.
iOS para alcançar classe A
Apesar do avanço no iOS, a executiva reforça que o Android não deve ser deixado de lado, uma vez que tem alta penetração no Brasil. Vale lembrar, o mais recente Panorama Mobile Time | Opinion Box sobre o brasileiro e seu smartphone revela que 72% da base brasileira de smartphones é Android e 27%, iOS.
“Faz sentido considerar tanto a base de usuários do Android quanto do iOS. Por exemplo, para as empresas que querem alcançar as classes C e D, o investimento em Android é prioritário. Na classe A é o sistema operacional da Apple. Lógico, Android tem high-end devices, mas o seu leque (de devices) é maior. Tem que olhar a penetração dentro do público-alvo”, diz.
Altemari também explica que muitas empresas têm feito a estratégia de remarketing (ação para trazer usuários de volta) e que, em 2024, o Android liderou em conversões. Esse movimento ocorreu com mais força no primeiro semestre do ano, pois no segundo semestre os resultados são mais orgânicos.
