Os acessos Wi-Fi na América Latina estão concentrados nos padrões Wi-Fi 4 e Wi-Fi 5, aponta estudo da GSMA feito com base em dados da Ookla em 11 cidades da região. Um percentual pequeno usa Wi-Fi 6 e a utilização da faixa de 6 GHz é irrisória até o momento.
O estudo foi feito nas cidades de Bogotá, Brasília, Buenos Aires, Cidade da Guatemala, Cidade do México, Lima, Quito, Rio de Janeiro, Santo Domingo, Santiago e São Paulo.
Santo Domingo é a cidade com a maior proporção de conexões de Wi-Fi feitas no padrão Wi-Fi 4: 67%. Bogotá, por sua vez, é a aquela com maior participação do Wi-Fi 5 (69%) e a menor no uso de Wi-Fi 6, empatada com Cidade da Guatemala, ambas com 4%. E Santiago é a cidade que apresenta a maior participação de Wi-Fi 6 (22%) e a menor de Wi-Fi 4 (21%).

Fonte: GSMA
Em termos de frequências, a Cidade da Guatemala é aquela com maior participação de conexões de Wi-Fi 6 e 6E em 2,4 GHz (46%) e Buenos Aires é a maior em 5 GHz (89%). Em todas as 11 cidades estudadas o uso da faixa de 6 GHz pelo Wi-Fi é próximo de zero.

Fonte: GSMA
Wi-Fi e móvel disputam 6 GHz
A GSMA divulgou o estudo para argumentar a favor da divisão da faixa de 6 GHz reservando a parte inferior para Wi-Fi e a superior para serviços móveis – provavelmente para o 6G no futuro –, tal como decidido pela Anatel no Brasil.
A entidade, que representa as operadoras móveis, explica que os novos padrões de Wi-Fi 6E e Wi-Fi 7 poderão fazer um uso mais eficiente das atuais faixas de 2,4 GHz e 5 GHz, e que a parte inferior da faixa de 6 GHz seria suficiente para a expansão dessa tecnologia.
Os serviços móveis, por sua vez, precisarão de mais espectro para dar conta do crescimento do tráfego no futuro. Na América Latina, a GSMA projeta que o consumo médio mensal por dispositivo subirá de 12 GB em 2025 para 31 GB em 2030.
Além disso, entre 40% e 50% do tráfego móvel na região acontece em ambientes internos, sendo cerca de 80% deste através de faixas médias, classificação à qual se encaixa o 6 GHz.
Para o 6G, os serviços móveis precisarão de canais de 200 MHz a 400 MHz de extensão cada um, e a faixa de 6 GHz é considerada a melhor para atender essa necessidade futura.
A ilustração no alto foi produzida por Mobile Time com IA