|Publicada originalmente no Teletime | Durante painel temático no Painel Telebrasil 2025 que discutiu a sustentabilidade econômica e segurança jurídica para investimentos no setor de telecomunicações, Pablo Garcia, diretor Regional do Cone Sul da Asociación Interamericana de Empresas de Telecomunicaciones (Asiet), afirmou que o setor precisa de US$ 49 bilhões para superar os desafios impostos pela nova economia digital na América Latina.

Garcia aponta que na região, as infraestruturas de telecomunicações enfrentam importantes desafios como a modernização tecnológica contínua das redes; o crescimento do tráfego de Internet, impulsionado pelo vídeo em poucos e grandes provedores de serviços OTT; e compromissos para reduzir as brechas digitais.

Dos US$ 49 bilhões, previstos para serem investidos entre 2023 e 2030, US$ 32 bilhões seriam necessários apenas para ampliar a capacidade de tráfego das redes de telecomunicações, explicou o representante da Asiet.

Ele destacou ainda que as atuais assimetrias regulatórias e fiscais existentes entre operadoras e big techs impedem que as operadoras capturem de forma equilibrada o valor de crescimento da Internet em comparação com as plataformas.

Segurança para investir

Renato Paschoareli, sócio na Alvarez & Marsal e outro convidado do painel, destacou que a rentabilidade é um pilar para qualquer investidor. “E o capital só vai entrar quando houver previsibilidade e a possibilidade de combinar regulamentos ex ante com ex post estiverem bem alinhados”, disse.

Essa combinação, avaliou o advogado, seria um cenário seguro para o setor investir. Para isso, explica Paschoareli, é importante a existência de regras regulatórias que permitam e facilitem tais investimentos.

Sobre essas regras, José Borges, superintendente de Competição da Anatel, apontou que a agência reguladora está empenhada em garantir um ambiente competitivo e seguro para o setor de telecomunicações, pois a competição não é valor contrário a investimentos. “Pelo contrário: uma competição bem calibrada vai com certeza significar mais investimentos. E hoje, estamos chegando em um ponto de investimento em infraestrutura fixa alto”, afirmou.

Ele explicou ainda que a agência tem observado que hoje o Brasil não enfrenta uma explosão de tráfego porque possui uma boa infraestrutura de telecomunicações e que agora, o desafio do setor é o de pensar em como obter lucro com essa infraestrutura já implantada. “O agente que faz investimento nas redes precisa pensar em fazer novos modelos de negócios”, disse o representante da Anatel.

Regulação racional

Para Alexandre Messa, diretor na secretaria de Competitividade do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), é necessário enxergar a regulação como instrumento de política pública e isso envolve leis, decretos e regras para além das normas da agência regulatória. “Precisamos de uma regulação racional, sem custos desnecessários”, afirmou.

 

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