O mercado global de chatbots cresce desenfreadamente e, no Brasil, isso não é diferente, já que cada vez mais marcas e empresas querem ter um contato direto e ágil com o seu consumidor. A nova edição do Mapa do Ecossistema Brasileiro de Bots 2019, realizado por Mobile Time, mostra que 60 mil bots já foram produzidos no País e que, do ano passado pra esse, o número praticamente triplicou.

Mas isso é bom ou ruim? E o que tem por trás de toda essa tecnologia? O fato é que estamos constantemente discutindo as perspectivas de tech, mas pouco se fala sobre o lado humano. A inteligência artificial é importante, mas existem pessoas por trás da construção das soluções que desenvolvem ou se utilizam de A.I.

Com o surgimento de tantas startups e o crescimento delas em ritmo impressionante, a demanda por profissionais de tecnologia se tornou altíssima, mas nunca houve tanta falta de profissional. O número de estudantes que se formam em cursos técnicos não tem acompanhado a abertura de vagas de trabalho na mesma proporção. Além disso, quando trabalhamos com tecnologia de ponta, é difícil encontrar profissionais para vagas que a maioria das pessoas nem conhecem. Por isso, os processos seletivos devem envolver cada vez mais habilidades e valores do que conhecimentos técnicos. Aprender rápido, ter iniciativa, estar antenado ao mercado e às inovações tecnológicas são as habilidades que devem ser valorizadas, porque a técnica nós ensinamos no dia a dia. O que não pode é ter medo de errar.

Recentemente, o Nubank recebeu um investimento de US$ 400 milhões, a Resultados Digitais teve um aporte de R$ 200 milhões e a Shopper de R$ 10 milhões. Boa parte desse capital será desdobrado em pessoas – afinal, para expandir, uma empresa precisa investir em quem está por trás de todo o seu trabalho e crescimento.

Vivemos um paradoxo, exponencialização da tecnologia e preocupação e valor do Humano. É tempo de se reconectar com as pessoas e valorizar confiança, valores e empatia. E, nesse contexto, algumas premissas se tornam fundamentais:

  1. Uma empresa é feita por pessoas e para pessoas. As relações devem ser transparentes e humanizadas. Cada cliente, parceiro e funcionário deve ser valorizado e respeitado em sua individualidade e estar presente em cada bit da empresa;
  2. É importante manter o foco no essencial. Menos é mais;
  3. Não ter medo de sonhar grande, pois com talento e determinação é possível realizar coisas incríveis;
  4. É essencial ter disposição para aprender e crescer, buscar estar sempre um passo à frente e superar os mais exigentes padrões;
  5. O que faz uma equipe incrível são pessoas incríveis em cooperação. Se cada um buscar cumprir a sua parte, isso irá garantir a vitória do time;
  6. Aposte em profissionais que chamam a responsabilidade para si e que, sem medo de ousar, transformam o mundo a sua volta com muita competência e criatividade!

Quando uma empresa tem uma gestão com cultura e valores sólidos, compartilhados e praticados pelos seus colaboradores, ela tem algo muito valioso e isso, sem dúvida, se torna um diferencial e uma vantagem competitiva para o negócio e para as próprias pessoas, que têm a oportunidade de trabalhar onde elas podem ser elas mesmas.

Um ambiente de trabalho prazeroso, que gera oportunidades de realizar grandes conquistas e que potencializa o desenvolvimento profissional de todos que se dedicam para aquele negócio dar certo. Ter uma visão clara do motivo pelo qual estamos aqui e para onde estamos indo juntos é de suma importância.

Constantemente, eu ainda escuto a seguinte pergunta: “será que as máquinas são capazes de substituir totalmente os seres humanos?”. E a resposta é sempre a mesma: é claro que as máquinas nunca irão substituir totalmente os seres humanos, pois as pessoas estão em primeiro lugar, e a sociedade evolui e se auto-organiza em novas formas de trabalho, lazer, economia, política, etc. Nesta corrida pela tão sonhada transformação digital, as empresas não podem esquecer que, no final do dia, ainda estamos lidando com pessoas.