Poucos segmentos foram tão duramente atingidos pelo surto global da Covid-19 quanto o dos pequenos varejistas. Com serviços essencialmente “analógicos”, a grande maioria deles teve de se adaptar e investir em ferramentas nunca antes cogitadas para não terem de fechar as portas por conta da pandemia.

De acordo com a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), 150 mil novas lojas on-line foram criadas no Brasil no período que abrange março a julho deste ano. Dos novos vendedores, 80% deles optaram por realizar as vendas dentro de grandes players do varejo on-line, como Submarino, Mercado Livre e Magazine Luiza. É uma jogada natural para os proprietários de lojas de diversidades e conveniência, sobretudo quando levamos em conta que os marketplaces já representam 78% do total do e-commerce brasileiro, segundo a Ebit/Nielsen.

Em outros segmentos, como o de alimentos, fora o movimento natural de se associar a uma grande marca on-line do setor, como iFood, Uber Eats e Rappi, pode-se observar que muitos dos proprietários optaram por soluções mais “autônomas”, como delivery próprio, vendas e encomendas pelo WhatsApp. O setor se aproveita do fato de que a ferramenta de bate-papo on-line, aliás, está muito em evidência entre os brasileiros: 83% dos consumidores utilizam a ferramenta de comunicação para comprar produtos e serviços, segundo pesquisa realizada pela consultoria Accenture.

Seja via marketplace ou com recursos próprios, é imprescindível que o pequeno varejista tenha ciência de que hoje não existe mais a separação da venda on-line ou física. Tudo é venda, e as barreiras estão sendo rompidas entre esses dois universos.

Isso posto, não é nenhum absurdo que um pequeno varejista enxergue mais além e resolva aproveitar o potencial do quarto país com mais usuários de Internet do mundo e opte por investir em seu próprio e-commerce. Para isso é fundamental definir a plataforma, as integrações, pensar nos parceiros, e claro, na jornada de experiência do usuário e do consumidor. Vale lembrar que o processo de venda no e-commerce é sempre o mesmo: o que muda é a forma como o usuário usará a sua plataforma e como será a experiência dele do início ao fim da compra, afinal não importa o tamanho: toda empresa sabe que agradar o cliente é fundamental.

Com esse cenário, o pequeno varejista que se prepara adequadamente terá um trunfo espetacular em mãos, já que o boom causado pela pandemia mostrou que mesmo empresas já experientes no on-line sofreram para se adaptar à alta nas demandas: o Procon de São Paulo registrou, somente entre os meses de abril e maio, um aumento de 41% nas queixas relacionadas aos atendimentos em compras pela Internet. Por isso, caso você queira mover seu negócio para o mundo virtual, estude: seu público, seu potencial de atender às demandas, sua mão de obra, sua expertise etc. Essa é a chave para o sucesso da transformação digital do seu negócio.