Durante a pandemia desencadeada pela expansão do Coronavírus, a geolocalização tem desempenhado um papel importante para proteger a saúde, manter a segurança dos cidadãos e conter a propagação da doença. Como? A geolocalização permite a localização de um celular, fazendo uso da latitude e a longitude do GPS do dispositivo, por meio dos dados autorizados e compartilhados pelas pessoas com o uso de aplicativos. Desta forma, é possível saber a localização de celulares em um país, uma cidade, um bairro ou um ponto específico e, assim, saber se as pessoas estão, efetivamente, cumprindo com o isolamento.

A China, Coreia do Sul, Nova Zelândia, Alemanha e outros países europeus têm usado tecnologia de geolocalização para identificar possíveis grupos de pessoas que estariam em potencial risco de contágio e, além disso, determinar os parâmetros de seu movimento em um determinado local.

Devido à crise que estamos vivenciando, percebemos a importância dos dados de geolocalização, que antes eram reservados, principalmente, para o uso de publicidade e marcas, como um ambiente, altamente, valioso e um dos pilares usados pelos governos para a tomada de decisões. Nesse aspecto, foram criadas iniciativas que geram comunicação direta emitida pelo governo, um a um, com os cidadãos de uma determinada região ou cidade, com mensagens que trazem informações úteis e relevantes sobre prevenção e cuidado durante o Covid-19.

Acredito que, pós-Covid-19, a geolocalização será essencial, pois, certamente, haverá muitos aplicativos que tornarão possível aos usuários determinar quantas pessoas estão em um supermercado, academia, shopping center ou qualquer outra área fechada de interesse que eles pretendam ir.

Embora a privacidade dos dados tenha um papel fundamental neste momento, muitos especialistas estão se perguntando se deve haver controle de nossos movimentos pelo Governo. A maioria concorda que não, mas, como sempre, essas ações devem ser enquadradas em leis e apenas por um determinado período. Por essa razão, na Espanha, por meio do Diário Oficial, se deu alcance ao uso desses dados, “nos dias anteriores e durante o confinamento”, e o Governo também delimitou que o trabalho garantiria o cumprimento do Regulamento Geral de Proteção de Dados (GPDR) da União Europeia, a lei orgânica de proteção de dados e “os critérios interpretativos”, da Agência Espanhola de Proteção de Dados (AEPD).

Acredito que essa tecnologia fornece informações relevantes aos governos, especialmente, durante a quarentena obrigatória e posterior retorno ao “novo normal”, a fim de controlar se, efetivamente, os cidadãos estão em isolamento e, com isso, revisar as áreas de maior movimentação e possível foco de contágio público. É interessante observar como a tecnologia é colocada a serviço da sociedade durante esta crise e como os governos despertaram seu DNA disruptivo usando-a, neste caso, em prol da saúde pública.