“Sem contato?” Provavelmente você já ouviu essa pergunta da última vez que entregou seu cartão na hora de fazer um pagamento. É um sinal dos nossos tempos. A maneira como fazemos pagamentos tem mudado drasticamente nos últimos anos em grande parte do mundo desenvolvido. Esta tendência vai muito além da crescente adoção de transações online; ela também transforma todas as formas de transações presenciais em nosso dia-a-dia. Há apenas alguns anos, muitas vezes pagávamos em dinheiro – seja em um restaurante, uma boutique ou mesmo entre amigos. No futuro, seremos capazes de pagar apenas por estarmos presentes, através da maravilha da biometria. Chegar lá vai levar algum tempo e muita tecnologia nos bastidores.

Seguimos em direção a uma sociedade sem dinheiro

Embora o mundo esteja em estágios diferentes desta transformação (alguns comerciantes na Europa, por exemplo, já não veem pagamentos em dinheiro com bons olhos!), o dinheiro em breve será considerado arcaico. Nesse exato momento, cerca de 15 bilhões de cartões de débito e crédito estão sendo usados em todo o mundo, e isto é apenas a primeira fase desta jornada. A tendência de não utilizar dinheiro também se estende à forma de transferir valores online ou através de vários aplicativos móveis. Aqui, o fator conveniência é óbvio. Todos nós já ficamos devendo R$ 20 a um amigo em algum momento, e parece que nunca estamos com dinheiro. Isso não é um problema no mundo sem dinheiro: agora é possível fazer transferências por meio de apps em questão de segundos, de qualquer lugar e para qualquer um.

Apenas toque ao longo do dia

Para as pequenas compras do dia-a-dia, a principal tendência é o pagamento sem contato. Os usuários validam as compras encostando seus cartões de pagamento em um terminal – sem necessidade de senha – o que elimina preciosos segundos do tempo total de transação.

A mania do “sem contato” está se espalhando rápido. Hoje, esse tipo de transação tipicamente tem um teto em torno de R$ 100 a R$125; mas, como consumidores, após adotarmos o comportamento de toque, ficamos relutantes em retornar para nossos velhos hábitos. No futuro próximo, os dados biométricos poderão desempenhar um papel crucial na substituição de senhas e permitir pagamentos sem contato em valores mais altos, ao mesmo tempo que garantem segurança total.

Pagamentos invisíveis

Outra tendência que está nos levando rumo a novos comportamentos e expectativas é a uberização dos pagamentos. Isto se baseia na ideia de que o ato de realizar um pagamento deve exigir esforço zero do consumidor – ao ponto em que pode até passar despercebido. Ao chegar ao seu destino, você simplesmente salta do Uber, sem fazer nada para pagar. Isso será levado para o próximo nível com os dispositivos conectados de IoT, como geladeiras, capazes de comprar leite automaticamente de um vendedor online antes mesmo de seu leite acabar.

Enquanto a experiência do usuário se torna cada vez mais simplificada, as medidas de segurança devem ser adaptadas para estes novos hábitos de pagamento. Não é mais viável, por exemplo, para os varejistas manter informações financeiras de seus clientes em seu banco de dados (um verdadeiro sonho para fraudadores). Hoje já é possível armazenar um “token” do seu cartão que só funciona em um contexto limitado, como, por exemplo, apenas para um vendedor. Esta mudança cria um alvo bem menos tentador para fraudadores, já que os dados do token roubados não podem ser usados em nenhum outro lugar.

A biometria abre as portas para um número ainda maior de pagamentos sem esforços dentro da loja

O próximo estágio dos pagamentos será ainda mais intuitivo, na medida em que a indústria de pagamentos se volta cada vez mais para a biometria a fim de autenticar pagamentos. Tudo que teremos de fazer para pagar será um aceno de nossa mão sobre um leitor de impressões digitais, ou ter nosso rosto capturado por uma câmera de reconhecimento facial.

Na prática, parece bastante simples, mas este próximo passo é fundamental para o cenário de pagamento. Afinal, simplificar e agilizar nossas compras não significa nada se a nossa identidade e finanças não estiverem 100% seguras.