A Black Friday, uma das datas mais aguardadas do varejo brasileiro, movimenta bilhões de reais em transações — tanto no comércio online quanto no físico. Mas, à medida que a expectativa cresce, cibercriminosos também se articulam para explorar vulnerabilidades, especialmente as originadas de parceiros e fornecedores. Nesse cenário, a Gestão de Risco de Fornecedores (TPRM, na sigla em inglês) torna-se peça central para manter operações estáveis e seguras.
Estudos recentes da Bitsight apontam que programas robustos de TPRM podem reduzir em até 75% a probabilidade de violações via fornecedores, além de 45% quando considerados incidentes que envolvem tanto terceiros quanto a própria empresa. Os ganhos operacionais também são significativos: 70% menos tempo para integrar novos parceiros, 30% de redução na carga operacional de gestão e monitoramento, 20% menos tempo dedicado ao acompanhamento da superfície de ataque externa e 40% mais eficiência em relatórios e compliance.
Grandes volumes de transações, novos meios de pagamento e um ecossistema digital cada vez mais integrado ampliam a superfície de ataque — especialmente em períodos críticos como a Black Friday. Um relatório de 2025 indica que 90% dos líderes de segurança afirmam que gerenciar riscos cibernéticos tornou-se mais difícil nos últimos cinco anos, impulsionado pela explosão da inteligência artificial (39%) e pelo aumento expressivo de pontos vulneráveis (38%).
A falta de visibilidade sobre a postura de segurança dos parceiros segue como um dos maiores desafios. Muitos lojistas desconhecem como fornecedores tratam dados sensíveis ou qual é o tempo de resposta em caso de incidente — lacunas que costumam ser exploradas justamente nos momentos de maior pressão comercial.
Em um ambiente hiperconectado, estruturar um programa consistente de gestão de riscos de fornecedores não é apenas precaução: é fator decisivo para garantir continuidade, confiança e proteção da jornada do cliente. Na Black Friday, quando cada minuto de operação importa, a segurança do ecossistema digital e de parceiros pode determinar o sucesso das vendas.
No fim, proteger o ecossistema digital e de parceiros não é apenas uma exigência regulatória — é uma estratégia de sobrevivência e fidelização. Por isso, recomendo a implementação de um Programa de Gestão de Riscos de Fornecedores, apoiado por consultorias especializadas que possam oferecer visão contínua, métricas de desempenho e planos de mitigação customizados. Afinal, em um mercado onde a confiança se traduz em conversão, a segurança reforçada é o grande diferencial competitivo — aquele que pode salvar vendas, reputações e o relacionamento com o cliente.
Foto: Daniela Pereira é diretora comercial da JC2Sec. Crédito: Cynthia Zilmann/divulgação
