Luciano Barbosa, head da operação no Brasil da Xiaomi

Apesar da crise do coronavírus, a iniciativa da Xiaomi/DL mantém as expectativas de expansão de canais de vendas, portfólio e de abertura de lojas para o Brasil. Nesta segunda-feira, 20, o head da operação da Xiaomi no País, Luciano Barbosa, afirmou que mantém os planos da empresa para o ano de 2020, como informou em conversa anterior com o Mobile Time.

“Temos o estudo para fabricação própria, ainda em avaliação. Mas o plano de expansão de lojas continua ativo. Também temos os planos de (espaços de) experimentação. Estamos trabalhando a todo momento para ter expansão e garantir que tenha Xiaomi em cada região do Brasil” disse Barbosa. “Haverá impacto na expansão das lojas. Estamos readequando em termos de prazo, não em termos de expansão. Teremos lojas em outras cidades e estados, mas será mais como showroom para mostrar ao público como funciona os produtos e suas configurações”.

Em relação aos impactos da Covid-19 na operação da companhia, o head da Xiaomi disse que houve impacto não apenas no Brasil, mas nas outras operações com a marca Xiaomi no mundo. No País, o principal choque foi em atraso de produtos vindos da China – corrigido com o aumento do envio de unidades –, e o fechamento das lojas físicas em São Paulo.

Outra aposta mantida para este ano é a expansão da Xiaomi em canais de vendas nos varejistas e nas operadoras. De acordo com o executivo, a expectativa é de um incremento nas vendas em alguns varejistas (online) com a crise da pandemia, além de uma mudança de posicionamento com os produtos da marca chinesa entrando nas gôndolas de varejistas em lojas físicas.

Produtos

Barbosa confirmou que mantém os planos de expansão de produtos em 2020. Atualmente com 300 produtos do ecossistema de Internet das Coisas (IoT) e 17 smartphones – o mais recente é o Redmi Note 9S –, a ideia da companhia é começar a trazer mais equipamentos de IoT que demandam um trabalho mais robusto de adaptação ao mercado brasileiro.

Em handsets, por sua vez, a ideia é manter um mix com smartphones de linhas antigas (como smartphones da série Redmi 8 e Note 7), de modo a alongar sua permanência nas vendas e reduzir a retirada desses produtos do mercado, com produtos mais novos.

Mercado Cinza

Outro tema abordado na conversa desta segunda-feira foi o mercado cinza, um segmento ilegal que representou 7% das vendas de smartphones no Brasil em 2019, segundo a IDC. Barbosa acredita que este problema ocorre por uma minoria que procura por produtos mais baratos no curto prazo, mas que causa problemas no longo prazo por não ter certificação, compatibilidade, garantia ou até por não terem o produto entregue, uma vez que compra acontece em canais não oficiais.

Para combater o mercado ilegal, o head da Xiaomi/DL no Brasil explica que tem trabalhado bastante na construção de marca, no desenvolvimento das lojas online e física e no relacionamento com os fãs. Mas, principalmente, busca reduzir a janela de lançamento de produtos entre Brasil e China. Um exemplo é o Redmi Note 9S que chega apenas um mês depois o lançamento chinês.

“Estamos reduzindo cada vez mais o prazo de lançamento (time-to-market, no original em inglês). Sempre deixamos bem claro que o nosso canal é o oficial. E temos visto ações de órgãos governamentais, apertando o cerco contra isso. Acreditamos muito no longo prazo”.

“No futuro, nós queremos que o brasileiro que deseja comprar qualquer produto (existente no portfólio Xiaomi) vá procurar antes no Mi.com e avaliar. Queremos isso, pois acreditamos que cada produto nosso tem um diferencial. Independentemente se é vassoura, liquidificador ou pulseira inteligente”, completou.