Mycon (Android, iOS) é uma fintech de consórcio digital que tem como sócia o grupo empresarial Coimex, presente em diferentes setores da economia. Seu crescimento durante o mês de junho, em plena pandemia do novo coronavírus, chegou a 60% na comparação com janeiro e fevereiro, o dobro do crescimento antes do isolamento social, que estava em 30% mês a mês.

Há sete meses atuando no mercado, Mycon soma mais de 10 mil downloads do app. A fintech também registrou aumento de 80% no pedido de participação em consórcio de imóveis entre maio e junho, na comparação com janeiro e fevereiro. “Na pandemia, o imóvel virou o jogo. Antes, tínhamos 70% de automotores, 20% de imóveis e 10% de serviços. Agora, eles trocaram de posição, e o imóvel está em cerca de 65% e automotores, em 25%”, conta Marcio Kogut, CEO do Mycon. Vale dizer que automotores estão incluídos os carros, mas também máquinas agrícolas, caminhões e motos. Para muito em breve, a empresa deverá incluir na categoria jet ski. E no caso de serviços são cirurgias, pagamento de universidade, construção de móveis, viagens, entre outros.

IA

Marcio Kogut é CEO do Mycon, fintech de consórcio

O consórcio Mycon utiliza inteligência artificial do começo ao fim do processo e consegue entregar o acesso ao crédito em três dias. Esse tempo conta, inclusive, com o processo que depende de terceiros, como o Detran, para a alienação de um veículo, por exemplo, ou o cartório, para a alienação de um imóvel. E caso o usuário seja contemplado no sorteio, o aplicativo envia uma notificação de push para que o cliente fotografe os documentos pelo próprio app.

“Normalmente, um consórcio não digital pode levar 90 dias para liberar o acesso ao crédito”, explica Kogut. “Mas nossa meta é liberar em até 24 horas.”

A inteligência artificial do Mycon está em desenvolvimento há mais de três anos. Ela atende o cliente desde o início do processo, com a escolha do consórcio. Faz perguntas para entender o perfil do usuário, o período de tempo desejado para o pagamento do consórcio e – desde que não comprometa mais de 30% da renda –, sugere opções com melhores planos para o caso. Se o usuário da plataforma tiver alguma dúvida, é possível contatar um atendente humano. Porém, ele não tem autorização para vender.

“Temos 80 funcionários que ficam no backoffice para o atendimento a esses clientes. Como não há comissionamento, esse atendente não pode vender. Se vendesse, não teríamos como cobrar as menores taxas do mercado”, explica o CEO. Atualmente, Mycon cobra uma taxa de administração de 9,99%, independentemente do valor do consórcio.

Expansão

Apesar do crescimento da empresa na pandemia, a fintech optou por segurar os planos de expansão internacional. “Barramos um pouco o plano estratégico. Estaríamos com um pé em Portugal, Peru, Estados Unidos neste ano, mas devemos jogar para o ano que vem, para a América Latina”, diz o executivo. Kogut explica que o consórcio é um produto nacional, mas que pode funcionar em países com restrição ao crédito.

Apesar dos reajustes de expansão, o Mycon continua com a previsão de R$ 300 milhões em crédito de venda no ano. “Também contratamos mais de 15 pessoas na pandemia, sem entrevista presencial e que começaram na empresa no home office.”