No início da década de 2000, houve um aumento de consoles de jogos portáteis e celulares. A Nokia percebeu uma oportunidade de combinar os dois dispositivos em um só. O objetivo era fazer os celulares serem encarados como consoles portáteis, e não como “smartphones” exatamente.

Assim, em outubro de 2003 foi lançado o N-Gage, como era chamado o dispositivo móvel híbrido. Seu preço inicial era de US$ 299. No Brasil, ele chegou pela bagatela de R$ 1,7 mil. Pesando 137 gramas, suas medidas eram de 13,37 cm de largura, 6,97 cm de altura e 2,02 cm de espessura.

O N-Gage desmontado, mostrando cada camada de hardware. Imagem: Reprodução.

Com um display TFT de 2,1 polegadas no centro e teclado nas laterais, formato que lembra os tacos mexicanos – design já utilizado em um modelo anterior da Nokia, o Nokia 5510 –, os jogos do celular eram baixados via Bluetooth ou Internet (GSM). O N-Gage também incluiu reprodução de MP3 e áudio/vídeo e recursos semelhantes aos de PDA (personal digital assistants) no sistema. Rodava o Symbian OS 6.1, com recursos bastante semelhantes aos do Nokia 3650. A diferença, no entanto, é que o aparelho híbrido não possuía câmera integrada. 

Após dois anos do seu lançamento, a Nokia havia vendido apenas um terço do que havia projetado inicialmente. O produto foi descontinuado nos mercados ocidentais em fevereiro de 2006, mas continuou sendo comercializado na Índia e em algumas partes da Ásia. Infelizmente, com o passar do tempo, a marca “N-Gage” ainda tinha uma má reputação dentro da indústria de jogos e entre os poucos consumidores que a reconheciam, devido às limitações dos primeiros jogos do sistema e do modelo original.