Wi-Fi

A maioria das grandes empresas brasileiras (98%) tem estratégia para adotar a observabilidade full stack, um conceito difundido pela Cisco AppDynamics para monitoração de toda a infraestrutura de TI – das novas arquiteturas à nuvem, passando pelos aplicativos e seus usuários. Obtido com exclusividade por Mobile Time nesta semana, o estudo feito pela AppDynamics com 1,2 mil líderes globais de TI em 2021 mostra que 52% das empresas no Brasil estão em andamento e 46% estão prontas para começar ou já deram os primeiros passos para adotar esse conceito.

Segundo João Fabio de Valentin, head da AppDynamics, os setores mais avançados na observabilidade são finanças, seguros, varejo e saúde. De acordo com o executivo, esse movimento é puxado pela área de negócios das companhias, que querem ter a visão holística da jornada dos usuários em suas aplicações, mas também assegurar o seu desempenho e segurança em todo o uso.

“No desenhar dessa jornada, a maioria dos clientes ainda estão em projeto piloto. Mas é curto, eles olham um horizonte de 18 a 24 meses. Mas temos empresas que deram o primeiro passo em aplicações e serviços com dados analíticos e correlação de dados em produção”, diz. “Um cliente nosso, a XP, usa há mais de dois anos o AppDynamics para monitorar a conectividade e as nuvens que usam em seu aplicativo. Incluíram o Observability para monitorar a conectividade para entregar uma experiência excepcional, seja para o consumidor interno da XP ou externo”, completa ao dizer que esse é um cliente que está nos 46% que deram os primeiros passos.

Aplicação

João Valentin, head da AppDynamics na América Latina (crédito: divulgação)

Outros dados do estudo revelam ainda que a adoção da observabilidade full stack melhora a operação das companhias, uma vez que:

  • 64% dos entrevistados brasileiros passaram menos tempo no combate de problemas após a adoção da observabilidade full-stack;
  • 49% foram capazes de priorizar a inovação e a atividade de TI com base em onde os maiores impactos nos negócios estarão;
  • 49% afirmaram ter reduzido a complexidade para analisar o grande volume de dados;
  • E 46% registraram melhorias nas aplicações internas e outros 42% testemunharam melhorias nas aplicações voltadas ao cliente.

“A empresa reduz o tempo para trabalhar com crise e foca mais no negócio. Mas isso só acontece porque, na nossa visão, a observabilidade precisa acompanhar toda a esteira de desenvolvimento, não é uma visão só dos NOCs. Ou seja, o desenvolvedor já cria o projeto com telemetria para enxergar o que está acontecendo”, explica o head da AppDynamics.

“A observabilidade é um tema bem amplo. Nós podemos coletar métricas, eventos, logs, em qualquer caso de uso. Olhamos desde  app, infraestrutura, conectividade, mas também procuramos entender a jornada do usuário digital com API e SDK. A gente consegue dar a visibilidade da jornada do usuário. Ver se o design está ruim, se o banco de dados está lerdo, em que ponto o cliente abandona o carrinho no varejo, por exemplo”, concluiu, ao exemplificar com aplicações no mobile. “Com um app lançado, o usuário se conecta no 4G, 3G e Wi-Fi. E a empresa passa cada vez mais as aplicações para nuvens. Temos sensores distribuidores, no data center e na nuvem pública, que enviam as informações para o repositório e com isso temos a observabilidade full stack. Isso entrega dados ao negócio e se converte em vendas em um app de e-commerce, por exemplo. A área de TI contribui para o negócio”, conclui.

Conectividade

Valetin explica que as operadoras também estão com a adoção em andamento da observabilidade, em especial pela entrada de novas arquiteturas de rede baseadas em nuvem e software, como redes celulares mais avançadas e ofertas para redes neutras: “As operadoras estão nos 52% que estão em curso de adoção. Elas têm projetos e nós (AppDynamics) temos uma estrutura dedicada aos service providers. E estamos estudando apoiar as operadoras neutras com a Thousend Eyers (empresa de inteligência de rede da Cisco) para trazermos informações de visibilidade às redes”, informa.

O head da companhia ainda vê as novas arquiteturas de Wi-Fi e o SD-WAN entrando com força, e acredita que o 5G tem potencial similar: “5G e SD-WAN são todos baseados em software e precisarão do Full Stack Observability”, argumenta.