As medidas tarifárias e restritivas adotadas pelos EUA sobre o mercado de tecnologia mundial e aquelas tomadas especificamente contra o Brasil estão levando as empresas brasileiras a reverem contratos de tecnologia e a mudarem sua estratégia em relação ao uso da nuvem, priorizando data centers nacionais. É o que revela uma pesquisa feita pela IDC com 130 executivos de tecnologia de empresas de diferentes portes e setores no Brasil.

Mobile Time teve acesso em primeira mão aos resultados:

. 45% dos executivos disseram que suas empresas vão reforçar a estratégia de multicloud, priorizando neutralidade geopolítica e distribuição de risco.

. 44% vão migrar seus workloads para data centers localizados no Brasil.

. 44% pretendem priorizar fornecedores de serviços gerenciados com operação e suporte integralmente nacionais.

. 38% querem adotar cloud soberana operada por provedores nacionais (ex: operadoras de telecomunicações).

. 38% vão investir em edge computing e infraestrutura distribuída no território brasileiro.

. 37% vão estimular o uso e o desenvolvimento de soluções de software e infraestrutura nacionais.

. 34% pretendem incluir cláusulas de soberania digital e proteção tarifária em novos contratos de tecnologia.

. 28% substituirão plataformas SaaS norte-americanas por equivalentes nacionais, regionais ou europeias.

A pergunta foi formulada da seguinte maneira: “Diante do cenário atual de possíveis medidas tarifárias e restritivas aplicadas pelos Estados Unidos ao Brasil, quais das seguintes ações sua organização considera adotar para mitigar impactos sobre suas operações digitais e tecnológicas?”. Era permitido marcar mais de uma resposta.

Impactos do tarifaço

Também foi perguntado quais os impactos esperados nos próximos 12 meses em razão da nova política tarifária e das restrições impostas pelos EUA ao comércio internacional de tecnologia:

. 38% preveem um aumento no custo de aquisição de hardware importado (servidores, roteadores, equipamentos de rede).

. 35%, uma priorização de fornecedores locais ou regionais.

. 32%, reavaliação de contratos de serviços gerenciados em nuvem ou conectividade de origem norte-americana (OPEX).

. 28%, adoção de políticas de resiliência de cadeia de suprimentos (ex: múltiplos fornecedores, estratégias de nearshoring).

. 27%, maior interesse por modelos as-a-service ou consumo sob demanda.

. 23%, redução da previsibilidade orçamentária para CAPEX em infraestrutura.

. 23%, adoção de ambientes multicloud ou edge computing para mitigar riscos geopolíticos.

. 18%, atraso na entrega de equipamentos ou na implementação de novos projetos.

. 9%, movimentos de repatriação de dados (data sovereignty).

. 7%  não esperam impactos relevantes e 6% ainda não fizeram uma avaliação.

A ilustração no alto foi produzida por Mobile Time com IA

 

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