O Brasil faz parte de um seleto grupo de países em que o órgão regulador liberou faixas de espectro para empresas montarem redes privativas móveis. A iniciativa é considerada a chave do sucesso para esse mercado florescer, viabilizando projetos que não dependem necessariamente das operadoras. É o que apontam especialistas reunidos em painel no Mobile World Congress, em Barcelona, nesta quinta-feira, 2.

“A alocação de espectro é o primeiro passo (para redes privativas móveis). Os governos e os reguladores têm, portanto, um papel de protagonista. Está sendo assim na Alemanha, Reino Unido, França, Suécia, Finlândia, Croácia…”, listou Divya Wakankar, vice-presidente de empresas da BICS. EUA e Japão são outros dois mercados em que os reguladores também abriram espectro para redes privativas móveis.

Por outro lado, existe paralelamente o problema da fragmentação das frequências para redes privativas móveis. A falta de harmonização mundial de espectro para essa finalidade acaba gerando outro desafio: a dificuldade de gerar escala na produção de equipamentos. 

Caroline Chan, vice-presidente da divisão de negócios de redes da Intel Corporation, reconhece que o mercado de redes privativas móveis ainda é “caótico”, por não ter um modelo de negócios predominante e por conta da grande diversidade de tipos de companhias oferecendo o serviço (fabricantes de rede, operadoras, integradores, hyperscalers etc). Mas isso não é necessariamente negativo, acrescenta. Na verdade, o interesse de múltiplos atores é um indicativo de que se trata, de fato, de um mercado com grande potencial. No seu entender, contudo, falta uma melhor orquestração desse nascente ecossistema. E ela aponta a ausência de um elo importante: “precisamos atrair mais desenvolvedores de aplicações”.

MPN Forum

Mobile Time organiza no Brasil o MPN Forum, primeiro seminário dedicado exclusivamente ao mercado de redes privativas móveis. Em suas duas primeiras edições, realizadas em 2022, foram apresentados cases de redes privativas de Petrobras, Neoenergia, Grupo São Martinho, Rede Globo,  governo da Bahia, Hospital das Clínicas, dentre outros. A terceira edição do MPN Forum acontecerá no dia 12 de julho, no WTC, em São Paulo. Para mais informações, acesse www.mpnforum.com.br