A cada 11 segundos pelo menos um dispositivo no mundo está sendo atacado pelo golpe conhecido como ransomware, quando o cibercriminoso pede resgate pelos dados roubados. Só neste ano, o prejuízo mundial deste crime já passa dos US$ 20 bilhões. Se forem contados todos os ciberataques, os prejuízos chegam a US$ 6 trilhões. As estimativas são da PSafe.

“Nos últimos dois anos, tivemos uma pandemia de crimes virtuais, a chamada ciberpandemia”, afirmou Emilio Simoni, executivo chefe de segurança da empresa, em audiência pública na Câmara dos Deputados, nesta quinta-feira, 2. Segundo ele, a cada 5 segundos há uma tentativa de fraude em sites de e-commerce no Brasil.

Entretanto, a principal preocupação da empresa atualmente são os ransomwares, que estariam crescendo numa velocidade assustadora. Somente em 2020, no Brasil, foram 3,8 milhões de ataques, número que levou o País ao segundo mais atacado do mundo.

O valor médio de resgate por aqui seria de US$ 570 mil. O maior valor registrado até hoje é de US$ 11 milhões.“Criminosos formam grupos de afiliados, muitas vezes formados por funcionários das próprias empresas que são atacadas. O valor do resgate é dividido”, explicou Simoni.

Proteção de dados

Durante o debate, especialistas apontaram a necessidade de diferenciação entre segurança e proteção de dados, além de defenderem uma LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) Penal (anteprojeto da lei que estabelece critérios para o tratamento de dados pessoais no âmbito da segurança pública, investigações penais e repressão de infrações, áreas que não foram contempladas na LGPD geral).

“Antes de expandir ainda mais mecanismos de vigilância, devemos pensar em garantias de direitos penais”, pontuou Bárbara Simão, coordenadora de pesquisa do InternetLab. Bruno Bioni, diretor fundador do Data Privacy Brasil, também defendeu a pauta como uma questão de política pública.

Segundo Arthur Sabbat, conselheiro-diretor da ANPD (Autoridade Nacional de Proteção de Dados), o órgão estima fechar o mês de dezembro de 2021 com 170 casos.