Disponível desde terça-feira, 2, o StopCovid (Android, iOS), aplicativo de rastreamento de contato do novo coronavírus na França, já foi baixado 600 mil vezes até a manhã desta quarta-feira, 3. Os dados foram divulgados pelo secretário de estado do digital, Cédric O em entrevista para o canal de TV France 2. “Foi um início muito, muito bom”, disse. De acordo com o site do jornal Le Monde, StopCovid está em primeiro lugar na lista das aplicações gratuitas nas lojas de aplicativos Google Play e App Store.

O lançamento acontece depois de várias semanas de debate, desenvolvimento e validação por parte do parlamento francês sobre o aplicativo.

A princípio, StopCovid identifica casos de contato e alerta pessoas que tiveram contato com outras pessoas por um tempo suficiente e que foram diagnosticadas positivamente para a Covid-19. Ele foi desenhado para prevenir uma segunda onda de contágios da infecção, já que a França começa a abrir para o comércio.

No entanto, seus detratores acreditam que StopCovid seja um dispositivo perigoso para a liberdade e que disponibiliza o arquivo médico através de um smartphone, o que pode ser perigoso para a privacidade do indivíduo. Caso a população tenha dúvidas sobre privacidade e segurança do app e não o baixe, o aplicativo não será eficaz, alertam especialistas franceses, porque ele precisa ser usado de forma ampla pela população.

O lançamento do StopCovid causou polêmica na França, com centenas de acadêmicos assinando uma carta, em abril, levantando preocupações de que os dados coletados poderiam ser redirecionados para fins de vigilância em massa.

Depois que Senado e Assembleia Nacional votaram a favor da matéria, o órgão de controle de privacidade de dados do país também aprovou o lançamento do StopCovid após realizar sua própria análise, embora tenha solicitado algumas alterações na redação do aplicativo.

Centralizado X Descentralizado

Os aplicativos de rastreamento de contatos de pessoas infectadas por Covid-19 podem ser divididos em dois grupos: aqueles com processamento centralizado em servidores na nuvem, e aqueles com processamento dentro dos próprios smartphones dos usuários. Os primeiros são chamados de “centralizados” e os segundos, de “descentralizados”. O modelo centralizado oferece maior controle para as autoridades de saúde, enquanto os descentralizados conferem mais segurança para a privacidade dos cidadãos. Os apps da França e da Inglaterra seguem o modelo centralizado, enquanto os da Letônia, Itália e Suíça são do tipo descentralizado. Apple e Google apoiam o modelo descentralizado.