A Petrobras é dona de um dos maiores projetos de rede celular privativa do Brasil, presente hoje em 26 localidades, entre instalações em terra e no mar, como refinarias e plataformas de petróleo. Sua rede opera hoje em 4G, mas seus equipamentos estão prontos para migrar para 5G. A atualização depende, contudo, de dois fatores: desenvolvimento de aplicações que requeiram a baixa latência e a alta velocidade do 5G, e a chegada de dispositivos 5G que sejam à prova de explosão, requisito fundamental para sua utilização na exploração de óleo e gás, informou a empresa em resposta enviada por email a Mobile Time.

A Petrobras, por enquanto, está satisfeita com a capacidade de sua rede 4G, que é operada pela Vivo, e pretende fazer a migração para o 5G de forma gradual. “De um modo geral, a rede privativa LTE 4G oferece uma excelente qualidade de serviço, com altas taxas e robustez necessários para atendimento a todas as demandas presentes”, descreve a empresa. Uma futura migração para a quinta geração dependerá de haver tablets, PDAs, sensores e robôs à prova de explosão com conectividade 5G, acrescenta. “Essa transição deve acontecer gradualmente na medida em que os dispositivos de usuário evoluírem”, informa a Petrobras.

Robô e outras aplicações

A Petrobras está usando a rede privativa para uma série de aplicações, desde mobilidade operacional da sua equipe em campo até telemetria, com sensores wireless de gás, tensão elétrica e temperatura. 

Além disso, no começo do ano foi feito um teste de controle remoto de um ROV (remotely operated vehicle) de inspeção submarina, a partir da rede privativa 4G montada na plataforma P-57, no litoral do Espírito Santo. No teste, liderado pela equipe de serviços submarinos da Petrobras, o ROV foi comandado por um profissional localizado no centro de controle da empresa no Reino Unido, ou seja, a milhares de quilômetros de distância. O veículo navegou a uma distância entre 2 Km e 10 Km da referida plataforma, onde estava localizada a rede privativa 4G. O teste consistiu em uma inspeção e na manipulação de válvulas em equipamentos submarinos. Normalmente, a inspeção seria feita por um veículo tripulado.

“Os testes mencionados ocorreram no início de 2023 com resultados positivos e a fase piloto prossegue ampliando análises relacionadas a diferentes áreas geográficas e tecnologias de comunicação. O resultado do piloto tem grande valor para a área submarina, norteando potenciais requisitos relacionando ao controle remoto de ROVs em embarcações tradicionais e implantação de tecnologias inovadoras de inspeção”, informa a Petrobras.

Com o intuito de tirar o maior proveito possível de sua rede celular privativa, a Petrobras está estruturando centros de excelência e estabelecendo múltiplas interfaces com o ecossistema de inovação, para desenvolver aplicações de IIoT (Industrial Internet of Things). Um dos centros é dedicado ao desenvolvimento de robôs para realizarem ações e envio de imagens através de redes celulares privativas 4G e 5G.

Mapa de redes celulares privativas e MPN Fórum

Mobile Time está elaborando um mapa do ecossistema brasileiro de redes celulares privativas, cuja publicação acontecerá em breve. E na semana que vem, no dia 12 de julho, será realizada a terceira edição do MPN Fórum, seminário dedicado ao mercado de redes celulares privativas, sob organização de Mobile Time. A Petrobras participou da última edição. Desta vez, serão apresentados cases de CPFL, Porto de Suape, fazendas brasileiras e hospitais no Japão, além de painéis de discussão com líderes do setor. A programação completa e mais informações estão disponíveis em www.mpnforum.com.br