51% dos desenvolvedores móveis no mundo inteiro geram menos de US$ 500 por mês com seus apps. Com esse faturamento mensal, eles estão abaixo da "linha de pobreza" do mercado de conteúdo móvel, definida pela Vision Mobile em sua pesquisa "State of the Developer Nation", cuja mais recente edição, referente ao terceiro trimestre deste ano, entrevistou 13 mil desenvolvedores de diferentes plataformas. A Vision Mobile considerou apenas o faturamento de desenvolvedores que declaram estar interessados em gerar receita. Ou seja: aqueles entrevistados que programam por hobby não estão computados nesse percentual.

21% dos desenvolvedores faturam entre US$ 500 e US$ 5 mil por mês e 7%, entre US$ 5 e US$ 10 mil, valores também considerados baixos para sustentar um negócio. Apenas 21% registram faturamento mensal acima de US$ 10 mil, nas seguintes proporções: 8% entre US$ 10 e US$ 50 mil; 9%, entre US$ 50 e US$ 500 mil; e 4%, acima de US$ 500 mil.

De acordo com analistas da Vision Mobile, um erro comum dos desenvolvedores é apostarem em modelos de negócio pouco lucrativos, como publicidade ou download pago. No primeiro caso, somente apps com audiência gigantesca, na casa de milhões de usuários, conseguem fazer uma receita significativa. E estes, por sua vez, acabam preferindo a venda direta de seu espaço publicitário, em vez de se conectarem a redes de publicidade móvel. Já no modelo de download pago, alguns poucos casos de sucesso, geralmente no mundo dos games, acabam alimentando o sonho de milhares de jovens desenvolvedores.

A maior parte da receita, segundo a Vision Mobile, provêm de vendas in-app. Porém, o modelo mais lucrativo é o de apps de comércio eletrônico, que vendem bens físicos ou serviços no mundo real, aponta o relatório. Entretanto, apenas 10% dos desenvolvedores atuam nessa área, enquanto 46% apostam em publicidade.

Entre os desenvolvedores de apps de comércio eletrônico, 37% ganham acima de US$ 10 mil por mês, sendo que 19% registram mais de US$ 100 mil por mês. Entre aqueles que adotaram o modelo de publicidade, apenas 17% têm receita mensal acima de US$ 10 mil, e somente 6% estão acima de US$ 100 mil.