Ilustração: Cecilia Marins

A Cielo apresentou lucro líquido contábil de R$ 635 milhões no segundo trimestre de 2022 na comparação com o mesmo período do ano anterior. Trata-se do maior lucro desde o quarto trimestre de 2018. Os resultados financeiros apresentados nesta quarta-feira, 3, apontam também para um recorde de volume transacionado, com R$ 221 bilhões, um incremento de 34% sobre 2T21. Já as receitas líquidas da Cielo registraram crescimento de 34% ano contra ano.

A Cielo informou ainda que o forte desinvestimento se encerrou com a venda da empresa de pagamentos baseada nos Estados Unidos, Merchant Solutions, que acabou tendo impacto positivo não recorrente de R$282 milhões no lucro líquido do trimestre.

“Concluímos o ciclo de desinvestimento, vendendo empresas sem sinergias com o nosso core business. Agora, podemos partir para outras iniciativas”, disse Felipe Augusto dos Santos, CFO da Cielo. “A partir de 2023, a meta é focar em ser o centro do ecossistema e o melhor provedor de soluções para SMBs (small to medium-sized business)”, completou.

Para isso, o executivo citou entre as estratégias para “dar novos saltos” reforçar as iniciativas de pagamentos digitais e distribuição de serviços bancários.

Para digital payments, a Cielo aposta na expansão do Pix nas máquinas de POS. Apesar de ainda não divulgar números de transação em pagamentos instantâneos, a empresa disse que o Pix avança fortemente e deve crescer ainda mais nos próximos meses.

“Ainda não é um número material que possamos apresentar, mas o crescimento é rápido. A solução da Cielo que integra e recebe todos os tipos de pagamento, tem gerado bastante valor e o varejista está gostando de usar”, afirmou Santos.

No longo prazo, a empresa deverá tentar responder algumas perguntas. Entre elas: como integrar sua solução de adquirente às wallets; como avançar o WhatsApp Pay no P2M (que depende de aprovação do Banco Central); e como desmaterializar o POS?

Com relação ao pagamento via WhatsApp, a empresa disse não ter previsão de quando o BC poderia liberar as transações P2M. Mas Santos acredita que quando for liberada, a Cielo não terá mais uma liderança marcante nesse terreno.

“Quando começou o P2P, tínhamos uma vantagem competitiva com a parceria. Mas passaram-se dois anos e agora nossos concorrentes já devem ter desenvolvido uma tecnologia de integração. Já não estamos com a mesma vantagem. Claro, continuamos interessados, mas não será tão relevante”, disse o CFO da Cielo.

Já para a oferta de distribuição de serviços bancários, a proposta é desenvolver um hub de soluções com parceiros para oferecer a seus clientes. E, para atrair novos clientes, a Cielo anunciou a contratação de 400 executivos comerciais no segundo semestre deste ano.