A Neger Telecom vai levar conectividade para pequenos produtores rurais do interior do Alagoas. São quatro comunidades rurais e a empresa vai doar dispositivos que, mesmo em regiões de sinal instável, conseguem captar o sinal das redes celulares. Os equipamentos são próprios, do RuralMAX, e foram projetados para atender esse tipo de demanda.

O RuralMAX capta velocidades de até 300 Mpbs e conexão à Internet para as mais diversas aplicações em áreas rurais, com Wi-Fi IEEE 802.11b/g/n integrado. Nele, é incorporado internamente diversos dispositivos como antena, amplificador de sinal, modem e roteador. Essa iniciativa da empresa faz parte do projeto RuralMAX 5G Pro que tem como objetivo levar conectividade em banda larga e Internet das Coisas (IoT) de baixo custo para áreas rurais.

O impacto da tecnologia aplicada será monitorado pela Neger, além do apoio de pesquisadores do programa RHAE (Recursos Humanos em Áreas Estratégicas), financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Entre os impactos analisados, as empresas vão investigar os resultados socioeconômicos, as suas necessidades e testar na vida real questões importantes para a empresa, como por exemplo, a durabilidade dos dispositivos em condições mais severas e o quanto a tecnologia é amigável em relação à sua instalação.

Os grupos que serão contemplados pelo projeto são cooperativistas, assentados do Movimento Sem Terra, indígenas e pequenos produtores familiares. Com isso, permitirá ampliar as atividades de produção e ter a possibilidade de buscar por capacitação e ensino online.

As quatro comunidades rurais do Alagoas

A Neger Telecom vai atender, com dois dos seus equipamentos, 35 famílias que produzem frutas e hortaliças no assentamento do Movimento Sem Terra (MST) no município de Messias, a 40 quilômetros da cidade capital, em Maceió. O acesso à Internet é uma expectativa para que haja um sistema de cestas orgânicas vendidas online, por exemplo, podendo captar mais clientes. Atualmente, as famílias vendem sua produção em um único dia da semana em uma feira de produtos orgânicos na capital.

Juntamente à Universidade Federal de Alagoas (UFAL), os moradores de Messias levaram um projeto de produção e PANCs (plantas alimentícias não convencionais) como, por exemplo, o jenipapo, aroeira, araçá do mato e cambui, que servem de alimento, mas ainda são desconhecidas pela maior parte da população. Com a conectividade, a divulgação poderá se expandir.

A segunda região fica a 100 km de Maceió, no agreste alagoano, chamada Tanque D’Arca. Neste caso, são os produtores de leite que vendem para um único intermediário e, por causa da falta de infraestrutura, é necessário se deslocar para lugares afastados da comunidade para encontrar uma área de cobertura.

Outro ponto do projeto é a aldeia indígena Kariri Xocó, no município de Aldeia Real do Colégio, na região do baixo São Francisco, a 172 km de Maceió. Atualmente, na área onde ficam as roças de mandioca, feijão e milho, por exemplo, até então não tem energia elétrica e Internet. Já o quarto e último local do projeto de implantação do Rural Max 5G Pro é a Cooperativa dos Agricultores Qualificados (Copaq), em Matriz de Camaragibe, a 75 km de Maceió. Atualmente, o grupo produz mais de trinta produtos, entre eles o coco.