| Publicada originalmente no Teletime | Além do balanço financeiro referente ao primeiro trimestre deste ano, a TIM apresentou também algumas metas do plano estratégico para até 2027 durante o evento TIM Day nesta quarta-feira, 4, em São Paulo. Na ocasião, a companhia destacou que a geração de valor, junto do ajuste na política de remuneração para a emissão de R$ 2 bilhões em dividendos em 2022, trazem à operadora uma posição confortável: ela afirma ser a operadora mais rentável na América Latina no “mercado orientado para o desempenho”.

Essa afirmação foi feita ao se observar a métrica de fluxo de caixa operacional sobre a receita de 2021 (que foi de 24%) e em margem EBITDA no mesmo ano (48%, atrás da mexicana Megacable). A questão é que a empresa observa possibilidades de melhoras a partir da relação de valor da empresa (EV) sobre o EBITDA, atualmente em 3,7x, de acordo com uma pesquisa de corretores com a Bloomberg.

A previsão é que o mercado móvel em geral vá crescer 1,2x, chegando a R$ 82 bilhões em 2027, por conta do 5G e da nova estrutura do mercado com a saída da Oi Móvel. A TIM afirma que nesse mesmo período, cresça 1,5x, com a incorporação da base da Oi. Já na fixa, a operadora prevê um crescimento de receita na ordem de 2x a 3x.

TIM

A CFO da operadora, Camille Faria, diz que há uma expectativa de redução da inflação nos próximos anos, o que proporcionaria um cenário para crescimento de receita de “dígito duplo alto”. A maior parte, vem das iniciativas móveis, com a incorporação da Oi Móvel e o 5G. Com participação menor, os segmentos de banda larga, B2B/Internet das Coisas e plataforma de clientes deverão crescer também, mas com múltiplos maiores, sobretudo por serem atividades que demandam menos investimentos.

Faria diz que a aquisição da Oi vai trazer ônus até 2023, mas depois isso será zerado. Da mesma forma, o pagamento das obrigações do 5G, mas que vão até 2024. “Depois disso, a receita começa a chegar. Em 2024 vamos ter o benefício completo da aquisição da estrutura da Oi, e começaremos a ter os retornos da implantação do 5G”, disse.

A estratégia para a quinta geração será semelhante ao que já foi feito para o 4G: buscar atualizar a rede e, com a maior adoção do consumidor – e smartphones compatíveis mais acessíveis –, surgem oportunidades de monetização maiores. “A inflação está elevada, mas temos muitas ferramentas para fazer a ARPU crescer, com ajustes ‘mais por mais’ no 5G”, destaca o CEO Alberto Griseli. Ou seja, a operadora oferecerá ao cliente um pacote com mais benefícios, mas por um custo maior. Além disso, há o reajuste anual de preços, que já foi implantado.

Dessa forma, a previsão da margem continua a do guidance para 2024: crescimento dos atuais 24% para até 29%, mas continuando a subir até 2027. “Queremos continuar sendo a operadora mais rentável do setor.” O argumento é que a TIM teria mais benefícios de curto prazo com a consolidação, uma vez que é a única operadora grande a não ter pendências com serviços desatualizados. “Não temos legado de cobre ou TV paga, então não temos essa redução de receita. Todas as nossas [linhas de] receitas têm expectativa de crescimento”, ressalta Camille Faria.

ESG

Um lado da estratégia de crescimento – e de atratividade para investidores – é a política de ESG da TIM, que a empresa diz ser parte fundamental de todo o planejamento. A operadora destaca ter recebido da empresa de dados financeiros Refinitiv o primeiro lugar entre todas as empresas de telecom no mundo no índice de diversidade e inclusão. Ela também foi a primeira colocada entre todos os setores no Brasil, e a 19ª no mundo.

Na questão da sustentabilidade, a operadora bateu quase todas as metas de melhor gestão de recursos com um, três ou oito anos de antecedência. Em especial, o diretor de relações governamentais da operadora, Mario Girasole, destacou a implantação de biosites, a incorporação de 46 usinas de energia renovável com geração distribuída (e mais 31 novas até o final deste ano) e as novas políticas de resíduos de eletrônicos. Ao final do trimestre, a TIM chegou na meta de 100% de utilização de energia de fontes renováveis.

Outro fator foi a emissão de R$ 1,6 bilhão de debêntures sustentáveis. “A agenda ESG é feita de métricas e metas estruturalmente integradas com a filosofia de criação de valor”, declarou Girasole.