| Publicada originalmente no Teletime | Em setembro, o mercado de telefonia móvel tomou outra forma. Com o início da operação da faixa de 3,5 GHz e a consequente oferta do padrão 5G standalone em mais capitais, as operadoras migraram boa parte dos acessos antes contabilizados como non-standalone (NSA, que também inclui o compartilhamento dinâmico de espectro – DSS). Somando as duas modalidades, contudo, percebe-se que o crescimento manteve o mesmo ritmo de meses anteriores.

Enquanto isso, o 4G, a geração dominante no País, apresentou a maior redução histórica – mais de 3 milhões de desligamentos –, desde quando a Anatel começou a contabilizar os dados da tecnologia, em abril de 2013. Assim, no final das contas, contabilizando todas as tecnologias, o mercado brasileiro voltou a cair, segundo dados divulgados pela agência nesta semana.

Com a reclassificação da base, o 5G SA passou a ser a maior base da quinta geração, com 2,222 milhões de acessos, contra uma soma de 316,8 mil em agosto. A Vivo, que antes não havia registrado nenhuma linha na tecnologia, apresentou 670 mil chips no padrão standalone em setembro. Já a TIM, que só tinha contabilizado 130 acessos no mês anterior, agora mostra a maior base no padrão, com 821 mil linhas. A Claro dobrou o tamanho, com 731,7 mil acessos.

Isso é explicado com a debandada do padrão non-standalone. No total, foram 1,475 milhão de acessos a menos em apenas um mês, totalizando 1,842 milhão de acessos. Todas as operadoras encolheram a base 5G NSA em decorrência.

Desta forma, somando os padrões, o 5G no total totalizou 4,065 milhões de acessos, um avanço de 11,84%. O crescimento líquido no mês foi de 430 mil acessos, em linha com o que a tecnologia já vinha apresentado nos últimos meses, ainda como NSA. Confira abaixo a participação de mercado de cada operadora na soma de 5G SA e NSA.

Base móvel

4G em queda

O 4G é responsável por 79% do mercado brasileiro de telefonia móvel, e isso pouco mudou em setembro. Mas a redução de 3,065 milhões de acessos foi inédita. No total, essa base diminuiu 1,48%, para 203,384 milhões de linhas.

Essa redução aconteceu em todas as três grandes operadoras, mas especialmente com a redução da base da Vivo, que observou 2,202 milhões de desligamentos (queda de 2,90%) e totalizou 73,734 milhões de acessos. A Claro desligou 848 mil linhas (1,30% de queda), totalizando 64,246 milhões de acessos; enquanto a TIM reduziu em 302 mil (0,50%) a base, somando 59,612 milhões de chips.

Dentre as prestadoras de pequeno porte (PPPs), apenas a Surf Telecom apresentou redução (de 0,44%) significativa. A Algar é a maior neste grupo e avançou 2,16%, somando 4,158 milhões de acessos. Considerando todas as PPPs, foram 5,791 milhões de acessos, um aumento de 5,21%.

O que explica então essa redução? Segundo afirmou a Vivo no último balanço financeiro, houve uma limpeza de base de 3 milhões de acessos (de todas as tecnologias) adquiridos da Oi Móvel, uma vez que a operadora considerou os números inativos. Possivelmente, a Claro e a TIM fizeram algo semelhante. O fato é que antes de setembro, o 4G só havia apresentado redução na base em abril de 2020, no início da pandemia da Covid-19. E mesmo nesse evento absolutamente atípico, a queda foi de 344 mil acessos (0,22%).

Em contrapartida, o 3G apresentou um aumento de 810,8 mil acessos, ou avanço de 3,09%, totalizando 27,094 milhões de linhas. Isso pela Claro, que cresceu pouco mais de um milhão de acessos somente em setembro e totalizou 15,543 milhões de linhas no padrão WCDMA. TIM e Vivo, em contrapartida, apresentaram queda.

O 2G entretanto continuou no ritmo normal, caindo 1,89% e totalizando 24,464 milhões de linhas.

Pré e pós-pago

Pelo mesmo fenômeno observado no 4G, o pré-pago também apresentou uma queda significativa, considerando o histórico. Foram 2,450 milhões de desconexões no mês (redução de 2,03%), totalizando 117,983 milhões de acessos. Por outro lado, o pós-pago mostrou um aumento de 0,11%, totalizando 141,024 milhões de linhas. Na prática, foram 154,7 mil adições no mês.

A base inteira, somando todas as tecnologias e modalidades do serviço móvel pessoal (SMP), estava com 259,008 milhões de acessos em setembro, uma redução de 0,88%.