Já dominante no Brasil há exatamente um ano, a 4G também deverá ser a maior tecnologia na América Latina até o final deste ano. A previsão foi divulgada em um estudo nesta terça-feira, 4, pela associação global de operadoras móveis GSMA no evento Mobile 360 Series – Latin America, que acontece nesta semana em Buenos Aires. Mas a entidade chama atenção também para a necessidade de modelos flexíveis e que evitem barreiras regulatórias para a chegada de novas tecnologias como a 5G.

De acordo com o levantamento “A Economia Móvel: América Latina e Caribe 2018” (que pode ser acessado clicando aqui), a base LTE na região deverá responder por 38% do total de conexões móveis – em 2015, essa proporção era de apenas 8%. Para efeito de comparação, segundo dados da Anatel referentes a setembro deste ano, a quarta geração totalizava 53% dos acessos móveis no Brasil. A tecnologia 3G no mercado brasileiro ainda respondia por 27% do mercado, e a 2G, 11%.

O estudo da GSMA também afirma que o LTE cobre 82% da população latino-americana, o que considera uma “massa crítica” e que levará a mais investimentos para atualizações de rede e infraestrutura com a futura chegada da 5G. Mas a quarta geração continuará crescendo: até 2025, a entidade prevê que a tecnologia seja dois terços do total de conexões, enquanto a 5G deverá ainda começar a ser implantada nos principais mercados, como Brasil e México, e chegando a 8% do total dos acessos. A cobertura de quinta geração, contudo, deverá chegar a 40% da população no período.

A avaliação da GSMA é que os consumidores da América Latina estão migrando rapidamente para o LTE devido ao consumo de vídeo e mídias sociais, o que aumenta o tráfego e, consequentemente, exige mais investimentos de rede para suportar os serviços digitais. A associação estima que as operadoras latino-americanas deverão investir quase US$ 47 bilhões entre 2018 e 2020 somente com as atualizações da infraestrutura para a chegada da 5G. “No entanto, o sucesso futuro dependerá fortemente de um ambiente de política flexível que encoraje o investimento contínuo da operadora em redes e, por sua vez, ofereça os benefícios da conectividade móvel de alta qualidade aos usuários finais”, ressalta o diretor de marketing da entidade, Michael O’Hara. “Há uma imensa oportunidade para países liderarem [as novas tecnologias], e para isso precisam encorajar os investimentos das operadoras para a próxima geração de infraestrutura”, destaca.