O avanço da tecnologia é temido por boa parte da população mundial. 47% das pessoas no mundo acham que a inovação tecnológica está acontecendo rápido demais e ameaçaria seus empregos. No Brasil, a proporção é ainda maior: 49%. Os números fazem parte de uma pesquisa mundial realizada pela Edelman Intelligence com mais de 33 mil pessoas empregadas, distribuídas em 27 países. Parte dos resultados foram apresentados por Antoine Harary, diretor global da Edelman Intelligence, durante o evento .Futuro | Rio, nesta quarta-feira, 5, no Rio de Janeiro.

Em média, 56% dos entrevistados entendem que as companhias de tecnologia não estão fazendo o suficiente para preparar a sociedade para o impacto provocado por novas tecnologias. Os brasileiros estão entre os que mais concordam com essa afirmação (63%), atrás apenas dos britânicos (64%). Quem menos concorda são os japoneses (41%) e os sul-coreanos (43%).

Além disso, 77% dos entrevistados acreditam que as companhias de tecnologia deveriam exercer um papel mais ativo para garantir que o sistema educacional acompanhe as necessidades da sociedade em ensinar às pessoas novas habilidades que serão necessárias no futuro. A proporção sobe para 81% quando considerados apenas os entrevistados que trabalham em empresas de tecnologia.

Lucro e impacto positivo

O lado positivo para as empresas, em geral, é que está aumentando o percentual de pessoas que concordam ser possível tomar decisões de negócios que, ao mesmo tempo, aumentem os lucros e gerem resultados econômicos e sociais positivos nas comunidades onde operam. A média mundial que concorda com essa afirmação é de 73%, um aumento de nove pontos percentuais em dois anos. O Brasil está acima da média, com 78%, um ganho de 5 pontos percentuais em comparação com a mesma pesquisa realizada dois anos atrás. O país onde a população menos acredita nisso é o Japão (51%), mas também lá houve um aumento, neste caso, de 3 pontos percentuais.