O CEO da Um Telecom, Rui Gomes, afirmou que a primeira fase do seu projeto de data center está programada para ser concluída em março de 2026. Em sua passagem pelo DCD Connect | Brasil 2025, o executivo revelou que 40% da capacidade do centro de dados já está contratada.
A expectativa é ter 100% da capacidade do Recife 1, primeiro centro de dados da Atlantic Datacenter contratada até a finalização da primeira etapa da implantação no primeiro semestre do próximo ano. O projeto tem ainda outras duas fases, sendo 3 MW para a segunda e totalizando 6 MW ao término da terceira.
Ao Mobile Time, Gomes explicou que o data center é focado em edge computing e inferência de dados, algo que tem sido o foco de muitas das contratantes. Entre os clientes, estão empresas de tecnologia. Também há um contato avançado com uma “big tech”.
Localizado no Recife, o centro de dados terá 1 MW de energia disponível e, conforme reportado por Teletime em julho, esta unidade de negócios da Um Telecom iniciou em 2024 com R$ 300 milhões de investimento e mira ter 150 racks em 14 mil metros quadrados. Um dos primeiros clientes confirmados é a Eletronet.
Descentralização de data center
Em conversa com esta publicação, o CEO afirmou que a Atlantic Datacenter tem capacidade para contribuir com a descentralização da infraestrutura crítica do país, uma vez que os dados começam a ganhar suma importância na estratégia da nação e os poucos dados processados no país (30%) estão mais concentrados no Sudeste.
De acordo com Gomes, Recife tem potencial para ser um hub de inovação e dados no Nordeste, a partir de um novo ecossistema de estrutura digital em Pernambuco, que pode ser construído até 2030 e mitigar riscos da centralização. Essa estratégia engloba:
- Usar Recife como localização geográfica estratégica para centro de dados;
- A partir desta localização atrair um cabo submarino internacional para Recife;
- Instalar uma infraestrutura de cabo conectando Recife a Fortaleza com a capital pernambucana como backup da cearense;
- Utilizar o potencial do Nordeste de energia elétrica e energia limpa (eólica e solar), sendo que Pernambuco sozinho tem 3 GW de capacidade disponível.
O CEO reforçou que a chegada de cabos submarinos é vital, uma vez que trará mais capacidade de rede, possibilitará receber mais data centers de treinamento e inferência de dados, assim como será alternativa à Praia do Futuro, o principal ponto da região que abastece 55 milhões de nordestinos com conectividade.
Gomes explicou que está em tratativas com governo estadual que busca financiamento externo com bancos de fomento. para trazer o cabo submarino Apesar de ainda estar em conversas, a ideia é que Pernambuco tenha um cronograma de instalação até o meados de 2026, antes do período eleitoral.
Imagem principal: Rui Gomes, CEO da Telecom, durante o DCD Connect | Brasil 2025 (crédito: Henrique Medeiros/Mobile Time)
