O outlet online Privalia apostou na área de mobilidade desde 2010 no País e hoje conta com 25% das vendas feitas por smartphones ou tablets, número expressivo se comparado com a maturidade do m-commerce no Brasil.

A empresa, focada principalmente no comércio de roupas e sapatos, vendeu R$ 1,14 bilhão em 2012 no mundo, sendo que um terço desse valor foi oriundo do Brasil. Ela também está presente na Espanha, onde foi criada, na Itália, na Alemanha e no México.

A loja tem aplicativos para Android, iPhone, iPad e um site móvel. “O mobile é um dos nossos principais canais de investimento, fazemos ações de marketing, divulgação, promoção, além de investirmos no desenvolvimento constante dos aplicativos para melhorá-los”, conta Andrea Scarano, diretor de marketing do Privalia. A empresa acumula 200 mil downloads de seus apps no Brasil e 3,2 milhões no mundo.

O segredo para o retorno desse investimento, segundo o executivo, é um canal bem desenvolvido com performance, agilidade, funcionalidade, e que esteja de acordo com o modelo de negócios da empresa, além de ações diferenciadas de marketing. “Não basta colocar o app para funcionar: é preciso criar um diferencial para fazer com que a migração do cliente para o mobile aconteça realmente. O usuário precisa perceber que estar no mobile traz mais benefícios do que não estar”, aconselha Scarano. O outlet, por exemplo, oferece promoções exclusivas para os clientes mobile, como mais descontos, frete grátis ou pré-venda de algumas marcas.

Essas ofertas acabaram gerando mais engajamento do consumidor móvel do que do consumidor que usa a Internet no PC. “O cliente é mais engajado pelo celular ou tablet porque tem o Privalia 24 horas por dia”, diz o diretor. Isso também resulta em maior tempo de compra pelos dispositivos móveis. O outlet chega a fazer promoções específicas à noite, quando as pessoas têm mais tempo para navegar e estão fora do trabalho.

O perfil do consumidor médio do grupo é composto por 70% de mulheres entre 20 e 40 anos de idade. No Brasil, o tíquete médio de compras por dispositivos móveis é um pouco mais alto do que pelo computadores. “É muito caro ser um consumidor mobile no Brasil, muito mais caro do que na Europa e nos Estados Unidos, porque os aparelhos têm um custo maior, além das tarifas e pacotes de dados. Sendo mais cara a participação do comprador mobile, é natural que ele tenha um poder aquisitivo maior do que o cliente do canal tradicional”, completa Scarano.

A Privalia trabalha com diversas marcas de moda nacionais e estrangeiras, sempre com venda de peças de fim de temporada, com descontos de 50% a 70%. "Não somos um clube de compras. Não precisamos ter limite de pessoas para fechar uma compra. Se tiver uma compra de um cliente nós entregamos", exclarece o executivo. "Somos um varejo de moda. Vendemos primeiras marcas com desconto", descreve. A Privalia se encarrega dos ensaios fotográficos de todos os produtos vendidos em seu site e também da entrega no domicílio do comprador.