Na última sexta-feira, 2, o presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Leonardo Euler de Moraes, disse que o leilão de 5G deve ser adiado. O motivo está no relatório após análise feita pelo Comitê de Espectro e Órbita da agência que conclui que a tecnologia de quinta geração da Internet móvel interfere no sinal de TV aberta transmitido pelas antenas parabólicas. Por enquanto, leilão em março de 2020 está descartado já que a mitigação parece mais complexa do que a instalação de filtros para eliminar o problema.

Segundo Everton Souza, engenheiro de soluções da Viavi, a melhor solução seria a troca das antenas parabólicas por versões melhores, porém, mais caras, o que pode ser inviável economicamente, considerando que a TV por satélite é utilizada por famílias de baixa renda do interior do País.

Para a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica, a produtividade e a competitividade da indústria brasileira serão prejudicadas com o retardamento da chegada dos benefícios da Indústria 4.0. “Áreas como o agronegócio, segurança, mobilidade urbana, prevenção e recuperação de desastres naturais, que também poderiam se beneficiar com a tecnologia, serão igualmente prejudicadas”, escreveu em comunicado enviado à imprensa.

Segundo a Abinee, o adiamento do leilão de 5G também postergará investimentos (Capex) das operadoras, “impactando negativamente toda a cadeia produtiva e de serviços do setor e sua geração de empregos.”

Leia na íntegra o comunicado da Abinee:

“Na avaliação da Abinee, o possível adiamento do leilão de 5G trará como consequência um atraso na introdução desta tecnologia no Brasil, prejudicando toda a cadeia produtiva.

Para a entidade, haverá prejuízos na produtividade e na competitividade da indústria brasileira em geral, pois a tecnologia 5G atua no sentido de ampliar o nível de automação, trazendo benefícios para a Indústria 4.0, além do acesso a outras aplicações que exigem baixa latência, como Internet das Coisas, telemedicina, mobilidade etc.

Áreas como o agronegócio, segurança, mobilidade urbana, prevenção e recuperação de desastres naturais, que também poderiam se beneficiar com a tecnologia, serão igualmente prejudicadas.

Adicionalmente, o adiamento postergará também os investimentos (Capex) das operadoras, impactando negativamente toda a cadeia produtiva e de serviços do setor e sua geração de empregos.”