A Samsung já se prepara para a queda na demanda por aparelhos com duas entradas de SIMcard, diante da decisão de Oi e TIM de unificar as tarifas para chamadas on e off-net, movimento que deve ser seguido mais cedo ou mais tarde pelas demais teles. "O dual SIMcard vai deixar de ser um diferencial na hora de decidir qual aparelho comprar. Mas hoje as pessoas já têm vários chips e divulgaram seus números. Quão rápido vai mudar o comportamento do brasileiro? Temos que acompanhar o mercado e nos adequarmos à demanda", comenta Renato Citrini, gerente sênior de marketing de produto da Samsung.

O executivo lembra que sua empresa já acompanhava de perto a redução gradativa das tarifas de interconexão das chamadas móveis, o que acabou levando Oi e TIM a tomarem essa decisão, embora talvez tenha acontecido um pouco antes do que o mercado esperava.

Atualmente, à exceção dos modelos top de linha, quase todos os smartphones da Samsung têm versões com entrada para um ou dois SIMcards. É comum as operadoras preferirem a versão com uma entrada, enquanto o varejo demanda aquela com duas. Isso complica a distribuição, pois os fabricantes precisam definir volumes diferentes para cada versão e fazer entregas divididas. Tendo apenas um modelo com uma entrada, a distribuição é simplificada. Além disso, pode haver um ganho de escala na produção, gerando uma redução no preço final.

Mas a demanda por aparelhos dual SIMcard não vai acabar. Citrini lembra que ainda haverá interesse por parte do público corporativo, que deseja ter a linha do trabalho e a linha pessoal juntas em um mesmo aparelho.

Análise

É possível traçar um paralelo com o que acontece na indústria de SIMcards. A existência de três tamanhos diferentes de chips (mini, micro e nano) complica a distribuição pelos fabricantes e a gestão de estoques pelas operadoras. Por isso foi tão festejada a chegada do SIMcard de triplo-corte reversível, que funciona como qualquer um dos três formatos.