Um levantamento feito pelo Projeto Brief, iniciativa e plataforma da Quid para usar IA em melhorias de comunicação, apontou como a Meta vem lucrando com golpes digitais. Dos 16 mil anúncios da Biblioteca da big tech, analisados em setembro, ao menos 52% tinham indícios de fraude, enquanto 9% efetivamente eram golpes. Para a análise, a plataforma brasileira levou em consideração dados quantitativos e qualitativos, como padrões de comportamento, perfis dos anunciantes e links suspeitos.

Nos anúncios foram observadas deepfakes, com logos de bancos digitais, prometendo crédito fácil. O conteúdo era acompanhado por links que direcionavam a uma conversa no WhatsApp, onde o criminoso solicitava dados pessoais e de pagamentos. Por trás da publicidade estavam usuários com baixo número de seguidores.

A maior parte das vítimas são pessoas de baixa renda e beneficiários de programas sociais, como o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada (BPC), já que boa parte das propagandas são de empréstimos e créditos consignados, além de terem na descrição o nome dos programas ou prometerem ajuda jurídica, podendo até reverter decisões judiciais.

A questão é problemática, já que o número de cliques dos anúncios rendem lucro à Meta. Outro ponto é em relação à política de uso, em que o anunciante assume total responsabilidade pelo conteúdo. Mesmo quando denunciados, a plataforma brasileira afirma que a publicidade é mantida ativa por dias. Se removida, golpistas retornam com outro perfil ou CNPJ sem problemas.

Para a iniciativa da Quid, a pesquisa mostra que é necessária uma regulamentação que estabeleça deveres por parte das mídias sociais, a exemplo do que acontece com a União Europeia, através do Digital Services Act (DSA).

 

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