Centro de atendimento da Samsung no nordeste do Brasil

(Crédito: Samsung)

A Samsung apresentou sua prévia financeira com recuo na receita operacional e faturamento da empresa nesta sexta-feira, 7. O faturamento para o terceiro trimestre de 2022 está estimado em 76 bilhões de wons (US$ 53 milhões), 600 milhões de wons (US$ 42 mil) a menos que o resultado de um ano atrás. No operacional, a receita prevista é de 11 bilhões de wons (US$ 77 milhões) contra 14 bilhões de wons (US$ 98 milhões) do terceiro trimestre de 2021.

Breve análise – Parte 1

A fabricante lançou neste trimestre as novas versões de seus smartphones dobráveis Galaxy Fold, que talvez não tenham sido bem recebidos junto ao consumidor global, afetando a previsão financeira, se comparado a outros modelos mais populares.

No Brasil, os especialistas do mercado nacional de smartphones alertaram Mobile Time sobre um efeito sanfona no varejo. Ou seja, os comércios acumularam muitas peças desde o começo do ano e aproveitaram esse terceiro trimestre para desovar o estoque. Isso pode puxar uma alta forte de envio de peças no quatro trimestre de 2022 com o raro momento de três grandes eventos comerciais em um mês e meio: Copa do Mundo do Catar, Black Friday e Natal.

Mas o principal problema da Samsung pode ser o mercado de semicondutores global.

Breve análise – Parte 2

Um relatório da Semiconductor Industry Association (SIA)  do mês de agosto revelou que o segmento de semicondutores ficou basicamente flat (0,1% de variação positiva) nos envios de peças no mundo. Isso equivale a uma receita de US$ 47 bilhões na comparação ano a ano. Mas, ao comparar com julho deste ano, a SIA enxergou uma queda de 3,4%, pois o mês anterior teve um faturamento de US$ 49 bilhões.

Segundo John Neuffer, presidente e CEO da associação, essa é a maior redução de envio de semicondutores desde fevereiro de 2019. Isso ocorre pela estagnação que o setor vem passando nos últimos meses. Por região, a análise mês a mês da SIA demonstrou forte queda em quase todas as regiões: Japão (-1.4%), Américas (-2,8%), Ásia-Pacífico (-4,3%) e China (-4.9%) – esses dois últimos vitais para a cadeia de produção de smartphones, telas e equipamentos de rede. Apenas a Europa cresceu, 1,5%.