A Credz (Android, iOS) estima que 20% dos R$ 6 bilhões de volume financeiro transacionado pelos usuários da empresa em 2021 virão de transações móveis na sua conta digital, ou seja, de operações de recarga de celular, bilhete de transporte, voucher para Uber e saques de dinheiro. Além disso, a empresa estima emitir 1 milhão de cartões de crédito no acumulado do ano, sendo que 400 mil foram gerados no primeiro semestre.

As informações foram compartilhadas pelo presidente da empresa, José Renato Borges, em conversa com Mobile Time na última sexta-feira, 3. Borges explicou que esse movimento significa dobrar de tamanho – em receita e emissão de cartões – todos os anos, desde o começo da operação, em 2011.

“Mesmo dobrando de tamanho todos os anos, nós temos apenas 0,5% do mercado de cartões”, disse o executivo. “Queremos dar apoio ao povo de baixa renda. É um trabalho de inclusão financeira, social e tecnológica. Estamos em um processo de expansão nacional”, completou.

Borges interliga essa estratégia de uso do mobile ao de navegação gratuita feita em conjunto com a MUV e o que chama de “mobilelização”, com o usuário migrando seus gastos do mundo físico para o digital: “O cartão continua existindo, mas crescerá no mobile”, explicou.

“O nosso cliente é de baixa e a maioria (80%) deles utiliza o celular pré-pago. Além disso, é um usuário de Wi-Fi. Por isso damos um Wi-Fi permanente. Agora, durante a pandemia, nós incentivamos ainda mais com gratuidade. E os clientes gostaram bastante”, disse. “A gratuidade de acesso ajuda na navegação do serviço e na redução de custo. O cliente não precisa ligar na central de atendimento para pedir informações ou ver sua fatura. E também traz impacto positivo, por consequência, nas compras”, concluiu.

Operação

A Credz tem origem no grupo Zogbi com oferta soluções de crédito focada no pequeno e médio empresário que, por sua vez, apresenta o cartão private label da Credz como forma de pagamento. Ou seja, não é uma estratégia de mar aberto, o foco é primeiro no comerciante que fará o relacionamento de onboarding com o consumidor.

Recentemente, a empresa lançou uma conta digital para complementar a jornada do usuário com recarga de bilhete de transporte, pagamentos de contas, recarga de celular, assinatura de streamings e transações com Pix. Neste universo, a empresa de pagamentos tem 500 empresas clientes, 5 mil lojas, 1,5 milhão de cartões aptos para uso e 940 mil faturas enviadas mensalmente. Com foco no público de baixa renda, fatura média mensal por usuário é de R$ 500 e o limite médio para gasto no cartão é de R$ 800.

O alicerce para a operação tem sido a oferta de FIDCs. Nos últimos cinco anos a Credz angariou R$ 1 bilhão em seis rodadas de FIDCs. Apenas neste ano, a empresa obteve R$ 546 milhões com fundo, R$ 240 milhões no primeiro semestre e R$ 306 milhões no segundo semestre.

Borges explica que a captação é para uso em dois anos, mas que geram ativos a partir do terceiro mês, algo que dá confiança ao investidor.