A disputa judicial entre Uber e Waymo, o braço de direção autônoma da Alphabet, terminou com um acordo nesta sexta-feira, 9. O compromisso envolve uma transação que mudará a história da Uber: a empresa do Google ganhará 0,34% da companhia de transporte que vale US$ 72 bilhões, uma quantia equivalente a US$ 245 milhões.

Em nota publicada no site da Uber, Dara Khosrowshahi, CEO da empresa, enfatizou que nenhum dado saiu da Waymo e veio para Uber ou foi usado em seu sistema de direção autônoma, o LiDAR. Ou seja, ele não admitiu a multa.

Lembrando o caso

Um ano atrás, a Waymo acusou a Otto (braço da Uber que desenvolvia a tecnologia de carro autônomo) de roubar parte de sua solução e infringir uma série de patentes. No processo, apresentado junto à Corte Distrital dos EUA no Nordeste da Califórnia, a Waymo acusou seu ex-funcionário e líder da Otto, Anthony Lewandowski, de ter roubado 9,7 GB de dados confidenciais da companhia. Na operação sofisticada, o executivo teria espetado um driver externo no notebook da empresa, baixado as informações para o dispositivo e usado um programa para tentar apagar o rastro do crime.

Ao todo, Lewandowski teria roubado 14 mil documentos com informações de design, hardware e placa de circuito da tecnologia por trás da direção autônoma, a Light Detection and Ranging (LiDAR), que funciona com emissão de raios laser para medir e analisar os objetos ao redor do veículo em três dimensões (3D). O caso entrou na Justiça norte-americana mesmo com a Waymo sendo parceira da Uber – inclusive como investidora de pelo menos US$ 258 milhões via Google Venture.

O roubo de dados ainda foi um dos motivos para a demissão do fundador da Uber, Travis Kalanick, da função de CEO.