A Algar Telecom registrou um prejuízo líquido de R$ 88,5 milhões no primeiro trimestre de 2025, um aumento de 53% ante R$ 57,7 milhões do mesmo período um ano antes. Em seu resultado financeiro, a companhia credita o desempenho ao volume de depreciação e amortização pelas despesas financeiras e endividamento.
No período avaliado, a operadora terminou com uma dívida acumulada de R$ 3,2 milhões. Ainda assim, a dívida é de longo prazo (nove anos de vigência), atrelada a debêntures com taxa de juros baixa e compatível com sua geração de caixa.
Por sua vez, os custos e despesas da companhia foram de R$ 428 milhões, um aumento de 3% contra R$ 416,5 milhões do primeiro trimestre de 2024. Ainda assim é possível notar um esforço da empresa para controle de custos a partir da redução de investimentos, de R$ 144,5 milhões para R$ 121 milhões, uma queda de 16%.
Vale dizer, o EBITDA ajustado cresceu 21%, de R$ 242 milhões para R$ 292 milhões. Este resultado foi puxado pela venda de sucata (leia-se cabos de cobres), comercialização do direito de uso do cabo submarino Monet e geração de valor, como a substituição do cobre por fibra.
Receita da Algar
O faturamento líquido da Algar no primeiro trimestre de 2025 foi de R$ 721 milhões, alta de 3% contra R$ 698 milhões de um ano antes. Desse total, R$ 474 milhões foram procedentes da receita B2B, um crescimento de 1% se comparado aos R$ 470 milhões do mesmo período em 2024. E o B2C aumentou 8%, de R$ 228,5 milhões para R$ 246,5 milhões.
Com isso, o B2B responde por 66% e o B2C 34% dos ganhos.
Por sua vez, a receita operacional líquida da empresa cresceu 3%, de R$ 698 milhões para R$ 721 milhões, devido ao movimento já citado no EBITDA.
B2B
Dentro da receita B2B, os serviços móveis obtiveram um faturamento de R$ 51 milhões, um recuo de 7% ante R$ 55 milhões do primeiro trimestre de 2024. Sendo que os ganhos com equipamentos máquina a máquina (M2M) caíram 14%, de R$ 36 milhões para R$ 31 milhões; mas a conectividade para usuários subiu 7%, de R$ 18 milhões para R$ 20 milhões.
De acordo com a empresa, os resultados dos serviços móveis seguem pressionados, mas a Algar está “atacando” este problema com ajustes no portfólio e foco comercial regionalizado.
Um ponto positivo foi o avanço da empresa em duas frentes de negócio corporativas. A receita com produtos TIC cresceu 11%, de R$ 104 milhões para R$ 115 milhões, em um movimento impulsionado por comercializações em soluções como serviço de conectividade Wi-Fi, o Empresa On. E outras receitas subiram 65,5%, de R$ 13 milhões para R$ 22 milhões, com serviços de valor agregado como a telemedicina Mediquo.
Ao final do primeiro trimestre de 2025, a unidade B2B da Algar contabilizou 4 milhões de acessos, alta de 4,7% contra 3,73 milhões de acessos do ano anterior. Nos serviços móveis, o crescimento foi de 5%, de 3 milhões para 3,1 milhões, sendo que desse total 3 milhões são do M2M e 119 mil são usuários.
B2C
A receita líquida da operadora no B2C foi de R$ R$ 246,5 milhões, um incremento de 8% contra R$ 228,5 milhões do primeiro trimestre de 2024. Este incremento foi puxado pelo avanço da empresa nas instalações de fibra ótica e expansão das ofertas de SVA que puxaram o aumento da receita média por usuário (ARPU).
Os serviços móveis subiram 3,5% em seus ganhos, de R$ 83,5 milhões para R$ 86 milhões. O principal diferencial foi o pós-pago que cresceu 7% com R$ 69,5 milhões contra R$ 65 milhões de um ano antes. O resultado do pós-pago compensou a queda de 9% no pré-pago, de R$ 18 milhões para R$ 16,5 milhões.
A base da Algar B2C em números de acesso caiu 3,5%, de 2 milhões para 1,9 milhões. Os serviços móveis responderam por 1 milhão, em uma queda de 4,5% contra 1,1 milhão do primeiro trimestre de 2024, sendo que 552 mil eram do pós-pago e 500 mil do pré-pago.
Imagem principal: Ilustração produzida por Mobile Time com IA