|Publicado originalmente no Teletime| A modelagem do leilão de 5G, que deverá acontecer em meados de 2021, poderá mudar de acordo com a venda da Oi Móvel. O conselheiro e vice-presidente da Anatel, Emmanoel Campelo, confirmou em live do portal Tele.Síntese nesta segunda-feira, 9, que a disposição dos blocos de 3,5 GHz poderá ser afetada com menos um player.

Campelo apontou que uma das grandes preocupações da agência sobre a venda da Oi é se a operadora vai ou não disputar o leilão. “Ela saindo, poderíamos colocar três blocos de 100 MHz. Mas levando em conta o cenário que temos hoje, temos quatro grandes competidores”, apontou o conselheiro. E complementou: “se algo mudar até a discussão da Oi Móvel sendo vendida, aí fica mais fácil organizar os blocos do edital”.

O Juízo da 7ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, Fernando Viana, marcou para o próximo dia 14 de dezembro a realização do processo de concorrência da venda dos ativos da Oi Móvel. O conselheiro da Anatel disse que, enquanto órgão regulador, a agência deve aguardar essa venda para qualquer mexida mais estrutural do edital do 5G.

“Somente depois [da venda da Oi Móvel] é que podemos discutir um cenário mais concreto do leilão. Se por exemplo, tivermos que fazer um leilão com três grandes competidores, o edital terá um desenho diferente”, disse. Outro representante da Anatel, o agora conselheiro substituto Abraão Balbino, já havia dito em outubro que a venda poderia causar impacto. Há de se lembrar ainda que a Oi teria prioridade na faixa de 700 MHz, algo que Campelo já disse que deveria ser revisto.

Antes do leilão

Vice-presidente de assuntos regulatórios da Vivo, Camila Tápias acredita que a aprovação da operação da Oi pela Anatel ou pelo Cade não acontecerá até a realização do leilão do 5G. O ideal, ressalta a executiva, seria que fosse antes. “Isso poderia dar uma chance de novo modelo para o leilão. A gente sabe que a Oi pretende sair do mercado móvel”, disse Camilla. Ela falou ainda que a saída da Oi não representa redução de competitividade. “Na maioria dos países vemos três competidores. Aqui no Brasil é que são quatro”, disse. (Colaborou Bruno do Amaral)